Política

PSD considera que ULS do Algarve pode ser "mega monstro inoperacional"

Foto - Depositphotos  
O Governo anunciou que o SNS em todo o país vai ser organizado em Unidades Locais de Saúde e está em consulta a proposta de Decreto-Lei para o efeito. No Algarve passará a haver uma ULS a gerir os hospitais, os centros de saúde e o Centro de Medicina Física e Reabilitação (CMFRS) de S. Brás de Alportel.

Sobre a proposta de uma ULS para o Algarve, Cristóvão Norte, presidente do PSD Algarve, assinala que «juntar os hospitais, o CMFRS e todos os centros de saúde do Algarve, significa criar uma entidade gigantesca, com cerca de 7 mil trabalhadores, orçamento de 480 milhões de euros, mais de 100 edifícios com porta aberta ao público e nós não reconhecemos capacidade aos dirigentes que o PS tem nomeado para a saúde para cuidar de um barco tão pesado, e os resultados comprovam-no. Ainda assim, não nos opomos ao princípio de uma só ULS para a região, desde que haja estudos que comprovem que esse é o modelo mais adequado, o que desconhecemos, mas sabemos garantidamente que são necessários mais médicos, mais enfermeiros, mais técnicos e dirigentes mais capazes para que ela funcione, senão será apenas um mega monstro inoperacional.  E depois, o dinheiro. A presidente cessante do conselho de administração do CHUA, Ana Gomes, já denunciou publicamente que há outras ULS no país que têm menor diferenciação de cuidados e muito mais dinheiro. Continua a sina de não se considerar a população flutuante a que se tem que dar resposta».
 
Com esta reorganização na saúde na região, o responsável do PSD Algarve interroga-se sobre o destino a dar ao Laboratório de Saúde Pública Laura Ayres em que no caso do laboratório congénere do Alentejo, está prevista a sua integração numa ULS. «No caso do Algarve nada consta na proposta, o que deixa o receio sobre a sua passagem para o Instituto Ricardo Jorge em Lisboa, roubando a sua vertente regional ou, pior, a sua extinção», frisa o social democrata.
 
Cristovão Norte diz ainda ter reservas sobre a AMAL nomear um vogal executivo do conselho de administração, e fala mesmo em apreensão «sobre a falta de qualidade dos quadros do PS no Algarve». No entanto, concorda com a participação dos municípios na gestão do SNS mas a sua presença na administração deve ser por via de um membro com poderes especiais relativos aos assuntos principais: plano estratégico, plano de atividades e orçamento, contrato programa, regulamentos internos e documentos de prestação de contas, em que a gestão operacional quotidiana «deve ficar adstrita a profissionais comprovadamente aptos, escrutinados de forma séria pela CRESAP – Comissão de Recrutamento e Seleção para Administração Pública, a qual deve ter poder de veto nas escolhas», sugere.