Ambiente

Promotores enaltecem contributos na consulta para área marinha protegida algarvia

Promotores enaltecem contributos na consulta para área marinha protegida algarvia
Promotores enaltecem contributos na consulta para área marinha protegida algarvia  
Foto Freepik
O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e a Fundação Oceano Azul enalteceram hoje a participação A consulta pública para classificação da primeira área marinha protegida na região, com 160 comentários e 86 documentos apresentados.

A proposta de classificação da Área Marinha Protegida do Recife do Algarve - Pedra do Valado, situado entre Lagoa, Armação de Pêra (Silves) e Albufeira - onde se encontram perto de 900 espécies, 12 das quais novas para a ciência -, esteve em consulta pública até 04 de agosto.
 
Em comunicado, o CCMAR e a Fundação - que propuseram a criação desta área marinha protegida de interesse comunitário ao Governo em 2021 - consideram que a participação foi “notável”, contando com “um apoio abrangente e generalizado” de municípios, associações de pescadores, hotelaria ou instituições científicas, entre outros representantes da sociedade civil.
 
“Congratulamos o Governo, o ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas] e todos os participantes na consulta pública, por mais um passo em direção à proteção de um ecossistema precioso e único”, lê-se na nota.
 
“Esta consulta revelou uma forte participação, abrangente e heterogénea, com 160 comentários e 86 documentos submetidos”, quantificaram as mesmas fontes.
 
Entre os participantes na consulta pública estiveram os municípios de Albufeira, Lagoa, Silves, Loulé e Faro, associações de pescadores, indústria hoteleira, agrupamentos escolares, empresas marítimo-turísticas, escolas de mergulho, organizações não-governamentais (ONG) e instituições científicas.
 
“O CCMAR/Universidade do Algarve e a Fundação Oceano Azul congratulam o Governo Português e o ICNF pela condução desta consulta pública, assim como todos os cidadãos e entidades que nela participaram, demonstrando a importância nacional deste projeto regional, fundamental para a proteção do oceano e de um ecossistema ímpar na região do Algarve”, pode ler-se no comunicado.
 
Os dois organismos destacam ainda que a proposta que esteve em consulta pública foi “construída através de um processo participativo inédito” que “contou com o envolvimento de mais de 70 entidades” e foi “baseado numa sólida fundamentação científica”.
 
“Passados dois anos sobre a entrega desta proposta ao Governo, durante os quais o envolvimento dos algarvios foi permanente, a resposta da sociedade civil revelou-se forte, em especial por decorrer em pleno verão e típica época de férias”, consideraram os promotores da criação do parque.
 
O CCMAR e a Fundação argumentaram que “as áreas marinhas protegidas, quando devidamente desenhadas e implementadas, produzem mais peixes, peixes maiores e sustentam uma maior diversidade de espécies”, contribuindo para a sustentabilidade dos oceanos.
 
A proteção dos espaços marinhos permite ter “uma atividade económica mais valorizada, com maior retorno para a pesca” e “um turismo mais sustentável, valorizando os territórios, as atividades e os produtos do mar protegendo e valorizando este capital natural e garantindo os interesses e necessidades da comunidade que dele depende”, acrescentaram.
 
O projeto pretende criar uma zona com 156,4 quilómetros quadrados (km2) de área global entre o Farol da Alfanzina (a oeste) e a marina de Albufeira (a este), dos quais quatro quilómetros quadrados (2,6%) são de proteção total, onde não serão permitidas quaisquer atividades (extrativas ou não extrativas), nem passagem, prevendo-se apenas permissão para a monitorização científica e estudos de avaliação.
 
Cerca de 16,5 km2 (10,6%) são reservados a uma área de proteção parcial, onde não são permitidas atividades extrativas (como a pesca comercial e recreativa), mas podem ocorrer atividades não extrativas sustentáveis e devidamente regulamentadas como mergulho, passeios, desportos náuticos não motorizados, navegação ou observação de cetáceos.
 
Para uma área de proteção complementar está prevista uma zona de 55,4 km2 (35,4%) a que terão acesso embarcações até nove metros de comprimento, seguindo critérios a definir pela comissão de cogestão, e outra com 80,5 km2 (51,5%) que poderá ser utilizada pelas embarcações costeiras, incluindo da pesca de cerco.
 
Lusa