Com cerca de 5 meses de atividade, o Animamente, projeto idealizado pela psicomotrista Nádia Palhinha e a psicóloga Patrícia Gonçalves, surgiu da necessidade de combater o estigma contra a deficiência e a saúde mental, potenciando a autonomia e favorecendo a inserção sócio profissional dos beneficiários, no barlavento algarvio, em especial no concelho de Silves.
O projeto da Casa do Povo de Messines foi uma das propostas vencedoras do Prémio BPI Fundação “la Caixa” Capacitar e tem como foco a psicoterapia assistida através do contacto com a natureza e os animais.
Já com provas dadas, o Animamente tem como objetivo principal capacitar 45 beneficiários, do concelho de Silves, portadores de deficiência e/ou doença mental e, ainda, 40 familiares ou cuidadores informais de mais competências emocionais, sociais e motoras.
Nas palavras da coordenadora, Nádia Palhinha, “este projeto está assente em 4 pilares e são eles a capacitação dos técnicos envolvidos para garantir um apoio cada vez mais eficaz e personalizado; o desenvolvimento dos utentes que, semanalmente têm a oportunidade de experienciar um momento terapêutico alternativo, o incentivo para a inclusão na sociedade, através de atividades laborais e outras socialmente úteis e voluntariado e, por fim, mas não menos importante, o apoio às famílias e a abertura do projeto à comunidade, através de tertúlias e encontros familiares com as entidades parceiras onde se promove a socialização, a partilha e a entreajuda.”
Ao nível da saúde física, o objetivo passa pela melhoria da coordenação, equilíbrio, noção e controlo do próprio corpo para, progressivamente, conseguir diminuir o recurso à terapêutica medicamentosa e idas às urgências psiquiátricas.
Relativamente ao campo cognitivo, o projeto pretende aumentar a capacidade de raciocínio lógico, a memória e trabalhar as capacidades psicossociais. Já emocionalmente, a meta é atingir um nível maior de estabilidade, controlo e gestão emocional com recurso aos animais e à natureza.
O trabalho diário desta equipa tem metas a atingir que são bem claras. Segundo Patrícia Gonçalves “as expetativas do impacto social deste projeto passam por melhorar a qualidade de vida de pelo menos 70% dos beneficiários, diminuir o recurso às urgências hospitalares e ingestão de medicamentos e conseguir inserir dez destas pessoas na sociedade, a nível associativo, desportivo, educacional e/ou profissional.”