O presidente do PSD Algarve diz que "é tempo de o governo deixar de ser irredutível", no que toca às exigências dos professores. "A nossa sociedade desvalorizou o papel dos professores, a sua autoridade dentro da sala de aula, o seu estatuto, o modelo de colocação, a vinculação e manteve os professores de mochila às costas a vida inteira. Não é assim que vamos ter melhor educação e garantir às crianças que integram a escola pública as boas aprendizagens e a igualdade de oportunidades", entende o político.
Nas últimas semanas, por força das sucessivas greves decretadas por sindicatos de professores, a maioria dos alunos não tem tido muitas das aulas que deviam ter. "A juntar a essa circunstância, o Algarve, a par de Lisboa, são as áreas geográficas onde se denota maior falta de professores o que, já de si, conduz a que haja disciplinas a que os alunos ainda não tiveram uma única aula", refere Cristovão Norte em comunicado.
Segundo o social democrata, estimou-se, no ano letivo transato, que o número de alunos no Algarve sem aulas a pelo menos uma disciplina se cifrasse na ordem dos 5000.
Cristóvão Norte reconhece que os professores têm razão em muitas das suas reinvindicações e que as mesmas são "fundamentais para valorizar a escola pública". Assume, no entanto, que esta situação "não pode perpetuar-se eternamente, já que coloca em causa o direito dos alunos a aprender e compromete o ano letivo".
Por fim, descreve que há muitos encarregados de educação desesperados com esta situação, "já são muitas semanas sem aulas e escolas a funcionar a meio-termo. Os pais não querem ver os seus filhos a andar para trás. É necessário que o governo obtenha um acordo, ao invés de dar sinais de desconsideração pelos professores. Todos vão ter que ter bom senso", conclui.