O professor José Hermínio Oliveira da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo de Leiria, foi o vencedor.
Criador de oficinas de serigrafia, estúdios de fotografia, clubes de design e espaços de educação digital em diversas escolas do país, é através do projeto Ver Para Aprender que desafia os alunos de Geometria Descritiva a superar os limites do programa, inventando exercícios, colaborando entre si e explicando aos colegas como forma de consolidar o conhecimento.
Os resultados falam por si: alunos que se destacam em exames nacionais, turmas com médias superiores às disciplinas mais populares, trabalhos de nível universitário no ensino secundário e um envolvimento raro em disciplinas tradicionalmente exigentes. Nas suas aulas, cada aluno tem um plano ajustado ao seu ritmo e potencial, e todos são convidados a ser protagonistas da aprendizagem.
José Hermínio Oliveira quer investir em tecnologia para democratizar o acesso a ferramentas digitais nas artes — como tablets, óculos de realidade aumentada e equipamentos audiovisuais — permitindo que mais alunos explorem novas linguagens e formas de pensar.
Para o professor, a utopia é cada jovem ser hoje um pouco melhor do que foi ontem e amanhã um pouco melhor que é hoje; o que mais interessa é a competição que cada um estabelece consigo mesmo e a capacidade de, nesse processo, ajudar também os que o rodeiam a evoluir.
Alfredo José Rosa Gomes, professor na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, obteve uma menção honrosa com o projeto "Acesso à Cultura".
Professor de Português e Teatro/Expressão Dramática, Alfredo Gomes dedica-se, há mais de três décadas, a transformar a escola num palco de expressão, inclusão e crescimento. É fundador do Teatro da Caverna, grupo escolar que se tornou uma referência em Portimão e por onde já passaram centenas de alunos.
Com formação em Línguas e Literaturas Modernas e mestrado em Teatro e Intervenção Social e Cultural, alia exigência e empatia, promovendo um ensino artístico onde todos têm lugar. As suas aulas são espaços de autenticidade, onde errar faz parte do processo e a confiança é a base do trabalho. Ao longo dos anos, desenvolveu metodologias que valorizam a expressão, a colaboração e o desenvolvimento de competências transversais.
O Teatro da Caverna apresenta anualmente espetáculos à comunidade, dentro e fora da escola, com forte adesão do público. Para além disso, dado que trabalham com textos e autores que fazem parte dos currículos da disciplina de Português, os trabalhos funcionam como materiais didático-pedagógicos para outros professores. Muitos dos seus alunos seguiram estudos em teatro e cinema, mas o principal objetivo é formar pessoas, transmitir-lhes valores e levá-los a adquirirem um conjunto de competências a várias disciplinas que lhes fiquem para a vida. Nunca selecionaram alunos e trabalharam sempre com todos os que manifestaram interesse no projeto.
Distinguido com medalhas de mérito e presença regular nos media locais, sonha agora renovar o palco da escola: pretende investir o prémio em equipamento de luz e som, na melhoria dos bastidores e na criação de um xadrez gigante ao ar livre, promovendo a permanência e o convívio no espaço escolar.
Para o professor Alfredo, a escola é na sua essência uma preparação para a vida e o papel do professor também passa por desenvolver, no aluno, competências que lhe permitam transformar a informação em conhecimento e, posteriormente, em sabedoria.
Com este prémio especial, a organização – e o júri – pretende dar destaque e premiar professores que desenvolvam trabalho especialmente relevante na promoção do acesso à cultura, à criação e à fruição cultural, nas suas variadas dimensões, e que potenciem a cultura nas comunidades escolares.
O Global Teacher Prize Portugal voltou a registar um elevado número de candidaturas, com um total de 170 submissões, das quais 154 elegíveis pela PwC, refletindo o crescente reconhecimento da importância do prémio no panorama educativo nacional.
Registou-se um aumento de 34% face à edição anterior. Foram submetidas candidaturas de todos os distritos do país e ilhas, com destaque para o Porto (27 candidaturas), Lisboa (23 candidaturas) e Leiria (15 candidaturas), os mais representados nesta edição. No que respeita ao tipo de ensino, 15% dos candidatos pertencem à educação pré-escolar, 52% pertencem ao ensino básico, 18% ao ensino secundário regular e 9% ao ensino profissional. Quanto à tipologia das escolas, 73% dos docentes concorrem em representação de escolas públicas, enquanto 27% representam escolas privadas.
Dino D’Santiago é o presidente honorário do Júri do Global Teacher Prize Portugal 2025. O cantor acredita que a cultura e a educação andam de mãos dadas e são o elo essencial que liga todas as frentes de um país.
O prémio é dirigido a todos os docentes que exerçam a profissão, desde o pré-escolar ao 12º ano de escolaridade, desde que sigam o currículo português. É a versão nacional do prémio mundial Global Teacher Prize (GTP), também chamado de “Nobel” da Educação, uma iniciativa presente em mais de 120 países, com o objetivo de celebrar e reconhecer o papel dos professores em todo o Mundo.
Na sua versão nacional, oferece um prémio de 30 mil euros para a vencedora ou o vencedor investir na disseminação da sua abordagem pela comunidade. Já, Alfredo José Rosa Gomes, professor na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, ganhou um prémio de 1000 euros com a menção honrosa.
O Global Teacher Prize Portugal apenas é possível através da parceria com a Fundação Santander Portugal, e do apoio de entidades como a Missão Continente, TVI/CNN Portugal, Estrelas & Ouriços, Cision, GFK e PwC Portugal.