A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve - AHETA, anunciou esta semana, que as unidades de alojamento do Algarve, registaram em janeiro, uma taxa de ocupação de 36,9%, 3,8pp (pontos percentuais) acima da verificada em 2019, representando a maior taxa de ocupação homóloga dos últimos 20 anos.
Uma notícia que para o presidente do Turismo do Algarve, revela o trabalho que tem sido feito lá fora, para captar mais turistas para a região na chamada época baixa. João Fernandes explicou ao Algarve Primeiro, "que o trabalho que temos vindo a fazer de gerar novas motivações de visita no período de época baixa e de levar pessoas ao interior e promover atividades que estavam por desenvolver tem esta tradução. O facto de diversificarmos mercados e dentro dos mercados procurarmos segmentos que têm estas motivações, gera também estes resultados. A aposta como por exemplo fizemos este ano, com o maior número de lugares em avião disponíveis para chegar a Faro, ou a partir de uma multiplicidade de rotas que todos os dias são anunciadas como novidade, traduz-se em resultados que prosseguimos há muitos anos", frisou.
Outra estratégia passou por alargar as ligações aéreas durante o período da época intermédia com resultados visíveis, depois, seguiu-se a aposta na procura da época baixa, "esse é um dos principais desígnios que temos e felizmente estamos a reconquistar, no entanto, convém lembrar que o primeiro trimestre do ano passado, foi afetado ainda por uma vaga pandémica, e portanto, por comparação este trimestre será melhor certamente", avançou.
Para atrair mais turistas à região na época baixa, continua a imperar a oferta do interior com suas paisagens naturais, a Via Algarviana, os percursos pedestres e de bicicleta, mas também o trabalho das entidades públicas e privadas que em conjunto, dão a conhecer ao turista uma oferta diferenciada, sobretudo ligada à natureza, aos produtos endógenos e às atividades a eles ligadas como o agroalimentar. "São atividades que não é possível fazer no resto da Europa e até no norte do País neste altura do ano, que estamos a desenvolver".
Outro ativo que foi sublinhado, está ligado à segurança, com Portugal a ser um dos países mais seguros do mundo. "Este reconhecimento foi conquistado por nós, portugueses, pela forma como recebemos as pessoas, a nossa forma de estar de evitar conflitos, as nossas forças e serviços de segurança, a hospitalidade para com a diferença, tudo isso construiu uma sociedade que hoje oferece um destino turístico seguro, não por haver insegurança noutros lados, mas porque construímos a nossa segurança", realçou.
Sobre a expetativa para 2023, disse que seria interessante que o nível de procura, acompanhasse o de 2022. "Apesar de os valores e a confiança das companhias aéreas, dos operadores e dos mercados em geral ser elevada, devemos ser optimistas e cautelosos, senão vejamos, a inflação com as taxas de juro do crédito à habitação, especialmente no mercado nacional degradam o poder de compra, quando o poder de compra é degradado os gastos em lazer são mais sensíveis. Temos uma conflitualidade social elevada com greves em vários países da Europa que podem, por exemplo, parar um aeroporto, uma companhia aérea ou interromper um fluxo de grande procura, ou seja, há muitas vicissitudes que num mundo que é incerto, temos de estar prevenidos para as enfrentar, mas atendendo às reservas em carteira, as expetativas são positivas, vamos aguardar e estamos a investir em promoção também por isso", confirmou.