Política

Presidente do Chega Algarve entende que vitória do partido reflete trabalho de proximidade

Presidente do Chega do Algarve, João Graça.
Presidente do Chega do Algarve, João Graça.  
O presidente do Chega do Algarve, João Graça, considerou hoje que o resultado eleitoral na região, que permitiu ao partido eleger três deputados, reflete o trabalho de proximidade desenvolvido pelas estruturas partidárias locais ao longo de dois anos.

“O resultado é fruto do trabalho junto das pessoas que fizemos nos últimos dois anos, onde, juntamente com o único deputado que elegemos em 2022, percorremos todos os concelhos e as 67 freguesias algarvias”, disse à agência Lusa o presidente do Chega do Algarve.
 
O Chega venceu as eleições legislativas de domingo no distrito de Faro com 27,19% dos votos, e elegeu três dos nove deputados, o mesmo número de mandatos obtidos pelo PS e pela Aliança Democrática (PPD-PSD/CDS-PP/PPM).
 
Para João Graça, eleito pelo círculo eleitoral de Faro, o trabalho de proximidade desenvolvido pelos militantes no terreno “fez com que as pessoas fossem sentindo que existia uma alternativa política para defender os seus direitos e resolver os seus problemas”.
 
“A vitória é expressiva e estamos muito satisfeitos com o resultado, porque há 33 anos que não havia outra força política, sem que fosse o PS ou o PSD, com tanta expressão no Algarve”, notou.
 
Segundo o dirigente regional, “as propostas do Chega foram também chegando às pessoas através do jornal [do partido], meio que permite estar todas as semanas na rua, nomeadamente nos mercados e em contacto direto com as populações”.
 
“Visitámos centros de saúde, escolas, postos da PSP e da GNR, associações de pescadores, agricultores e outros setores da economia onde apresentámos as nossas propostas e penso que foi aí que fizemos toda a diferença”, sublinhou.
 
Na opinião de João Graça, as pessoas “perderam a vergonha de falarem e de verem no Chega um partido que pode fazer a diferença”, o que se refletiu na votação.
 
“Deixámos de ouvir as pessoas dizerem que lá vêm eles pedir o voto, porque estamos na rua quase todas semanas. Penso que foi este grande trabalho de proximidade que foi refletido nos votos”, realçou.
 
O dirigente regional do Chega acrescentou que o partido “tinha esperança de eleger o quarto deputado”, lamentando não o ter conseguido “por apenas 1.500 votos”.
 
“Sabíamos que íamos ter um bom resultado, algumas sondagens chegavam a dar a eleição do quarto deputado”, referiu.
 
João Graça admitiu que para o “excelente” resultado eleitoral contribuiu também a conjuntura política, depois de o Governo do PS, com maioria absoluta no parlamento, “ter caído da forma que caiu”.
 
“Os problemas na saúde, educação, agricultura, economia e a queda do Governo contribuíram, certamente, para a insatisfação das pessoas e o desejo de mudança”, concluiu.
 
Faro é o primeiro distrito em que o partido liderado por André Ventura ganha, destronando a hegemonia socialista que durava desde 2015.
 
O PS, que tinha conseguido eleger cinco deputados em Faro nas legislativas de 2022, passou para segundo lugar, com 25,46% dos votos, perdendo dois deputados para o Chega, que em 2022 tinha elegido um deputado por este círculo eleitoral.
 
Já o PSD, que nestas eleições concorreu em coligação com o CDS-PP e o PPM, obteve no Algarve 22,39% dos votos, mantendo os três mandatos que tinha conseguido sozinho em 2022.
 
Lusa