O preço mediano dos alojamentos familiares transacionados em Portugal aumentou 8,6% em 2023 face ao ano anterior, situando-se nos 1.611 euros por metro quadrado (m2), divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Tomando como referência as vendas efetuadas durante os 12 meses entre janeiro e dezembro de 2023, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.611 euros/m2, aumentando 2,0% relativamente ao ano acabado no trimestre anterior e 8,6% relativamente ao ano acabado no trimestre homólogo”, refere o INE.
Segundo o instituto estatístico, o preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional nas sub-regiões da Grande Lisboa (2.740 €/m2), Algarve (2.613 €/m2), Península de Setúbal (1.901 €/m2), Região Autónoma da Madeira (1.889 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (1.800 €/m2).
“No período em análise, 50 municípios apresentaram um preço mediano superior ao valor nacional, localizados maioritariamente nas sub-regiões Algarve (14 em 16 municípios), na Grande Lisboa (todos os nove municípios), na Península de Setúbal (oito em nove municípios) e na Área Metropolitana do Porto (sete em 17 municípios)”, detalha.
O município de Lisboa (4.167 €/m2) destacou-se com o preço mais elevado do país, tendo-se verificado também valores superiores a 3.000 €/m2 em Cascais (3.976 €/m2), Loulé (3.269 €/m2), Lagos (3.182 €/m2), Vila do Bispo (3.162 €/m2) e Oeiras (3.158 €/m2).
O INE nota ainda que o Algarve e a Grande Lisboa apresentaram diferenciais de preços entre municípios superiores a 2.000 €/m2.
Segundo refere, no período de 12 meses acabado em dezembro de 2023, Lisboa registou o preço mediano da habitação mais elevado, entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador: 4.038 €/m2 por compradores do território nacional e 5.936 €/m2 por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro.
Para além de Lisboa, também Cascais e Porto registaram preços medianos de alojamentos familiares superiores a 2.750 €/m2 em transações envolvendo compradores com domicílio fiscal em território nacional e superiores a 3.500 €/m2 por compradores no estrangeiro.
O INE destaca ainda os municípios de Lisboa, Cascais, Oeiras e Porto por apresentarem os preços medianos mais elevados entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes e nas duas categorias do setor institucional do comprador consideradas.
Quanto aos municípios de Oeiras e Almada, apresentaram diferenciais de preços entre setores institucionais do comprador superiores a 650 €/m2.
“No quarto trimestre de 2023 (últimos 12 meses), os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes registaram preços medianos de alojamentos novos superiores aos preços dos alojamentos existentes”, precisa o instituto estatístico.
Barcelos registou o menor preço mediano de alojamentos novos (1.221 €/m2) e a menor diferença entre o preço de alojamentos novos e existentes (104 €/m2), enquanto Lisboa registou o maior diferencial entre os preços de alojamentos novos (5.172 €/m2) e existentes (3.950 €/m2): 1. 222 €/m2.
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Cascais distinguiu-se por apresentar o preço mais elevado na tipologia T4 ou superior (4.591 €/m2 ) e Lisboa registou os valores medianos mais elevados nas restantes tipologias de alojamento consideradas.
A maior diferença entre os valores medianos nas quatro tipologias do alojamento registou-se no Funchal, entre as tipologias T0 ou T1 (2.864 €/m2) e T4 ou superior (1.754 €/m2): 1.110 €/m2.
Considerando apenas o quarto trimestre de 2023, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi de 1.619 €/m2, um aumento homólogo de 7,9% (10,0% no trimestre anterior).
O preço mediano da habitação aumentou, em relação ao mesmo período de 2022, em 23 das 26 sub-regiões NUTS III, destacando-se se o Oeste com o maior crescimento (16,7%).
As seis sub-regiões com preços medianos da habitação mais elevados – Grande Lisboa, Algarve, Área Metropolitana do Porto, Região Autónoma da Madeira, Alentejo Litoral e Península de Setúbal – apresentaram também os valores mais elevados em ambas as categorias de domicílio fiscal do comprador (território nacional e estrangeiro).
Nas sub-regiões Grande Lisboa e Área Metropolitana do Porto, o preço mediano das transações efetuadas por compradores com domicílio fiscal no estrangeiro superou, respetivamente em 65,0% e 69,8%, o preço das transações por compradores com domicílio fiscal em território nacional.
De outubro a dezembro do ano passado, o INE dá conta de uma desaceleração dos preços da habitação em 18 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (11 no terceiro trimestre de 2023). Em sentido oposto, houve um aumento da taxa de variação homóloga em seis municípios, evidenciando-se a Maia (mais 7,8 pontos percentuais) e Vila Nova de Famalicão (+6,5 pontos percentuais).
Já o município do Porto registou um decréscimo de 11,9 pontos percentuais e o de Lisboa de 5,7 pontos percentuais, enquanto os municípios de Cascais (4.176 €/m2), Lisboa (4.086 €/m2) e Oeiras (3.096 €/m2) apresentaram os preços da habitação mais elevados.
Lusa