Os presidentes das câmaras algarvias de Lagoa e de Tavira disseram hoje que a posição dos seus municípios no ‘ranking’ de eficiência do Anuário Financeiro dos Municípios “não é uma surpresa” e reflete o rigor da gestão autárquica.
De acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios divulgado na terça-feira, a Câmara de Lagoa, obteve a segunda melhor pontuação, pelo segundo ano consecutivo, no ‘ranking’ dos municípios de média dimensão com melhor eficiência financeira em 2023, com 1.543 pontos.
Já a Câmara de Tavira, que em 2022 foi classificada como o município mais eficiente financeiramente, obteve a terceira melhor pontuação referente ao ano passado (1.470), num ‘ranking’ liderado em 2023 pela Câmara de Abrantes, no distrito de Santarém (1.676).
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Lagoa, Luís Encarnação, disse que “é sem surpresa que olha para a classificação”, porque, referiu, “é já uma prática comum” o município classificar-se entre os primeiros lugares.
“Não estamos em nada surpreendidos, porque vem no seguimento do trabalho feito e demonstra o cuidado que temos com as contas públicas e a forma como gerimos a autarquia”, notou.
De acordo com Luís Encarnação, “esta avaliação dos técnicos oficiais de contas, só comprova e valida aquilo que tem sido o trabalho e a forma cautelosa e criteriosa da gestão”.
O autarca adiantou que a gestão das contas “não tem impedido que sejam feitos investimentos prioritários e essenciais para o desenvolvimento do concelho em diversas áreas, mas, sim, a forma e rigor como esses investimentos” são feitos.
“Temos a decorrer várias obras e vamos lançar outras, porque o equilíbrio financeiro permite-nos avançar com projetos prioritários para o futuro e ganharmos maturidade nas nossas candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”, concluiu.
Por seu turno, a presidente da Câmara de Tavira, Ana Paula Martins, disse à Lusa que “desconhece ainda os motivos” que determinaram a descida do primeiro para o terceiro posto no ‘ranking’.
“Ainda não tive oportunidade de ler o documento, mas encontrando-nos entre os primeiros cinco municípios, significa que estamos em excelentes condições financeiras, o que vem acontecendo nos últimos anos”, apontou.
Ana Paula Martins acrescentou que a Câmara de Tavira tem mantido uma regular ‘saúde’ financeira, “resultado de um trabalho administrativo rigoroso na gestão autárquica, sem que condicione os investimentos necessários”.
“O rigor da gestão e as contas certas e a estabilidade financeira permite-nos avançar com grandes investimentos essenciais, como a saúde e habitação, um problema transversal aos municípios do Algarve”, concluiu.
Os ‘rankings’ do Anuário Financeiro foram elaborados com base na pontuação obtida pelos municípios em 10 indicadores, para um máximo de 1.900 pontos, relativos a eficiência e eficácia financeira, como a liquidez, o peso do passivo exigível no ativo, o passivo por habitante e os impostos diretos por habitante.
Em 2023, Câmara de Sintra, no distrito de Lisboa, obteve a melhor classificação dos grandes municípios, com 1.675 pontos, seguida pela da Maia (1.592), distrito do Porto, e de Santa Maria da Feira (1.583), no distrito de Aveiro.
A lista de municípios pequenos com melhores resultados no global dos índices é liderada por Grândola (1.687), em Setúbal, Santana (1.622), na Madeira, e Óbidos (1.594), em Leiria.
Lusa