Exigimos muito de nós, culpamo-nos, criticamo-nos com dureza e “não deixamos passar nada”, porquê?
Segundo os especialistas em comportamento humano, a forma como falamos conosco próprios determina os níveis de bem-estar, segurança, a autoestima e a autoconfiança, pelo que, alterar esse diálogo interno será uma mais valia importante para que se sinta melhor e para que viva relações de mais qualidade, alertam.
De acordo com os entendidos, uma das razões pelas quais temos um diálogo interno negativo e destrutivo é a quantidade elevada de mensagens e estímulos a que estamos expostos diariamente. Vemos imagens desta e daquela pessoa nas redes sociais, seguimos “exemplos” de sucesso”, e acreditamos que, “esses modelos de perfeição existem”, logo, acabamos por condenar-nos por não estarmos à altura dos outros. Desenvolvemos sentimentos muito destrutivos em relação a nós mesmos e também relativamente aos demais, pois mais cedo ou mais tarde, não vamos conseguir suportar a frustração de não “sermos como eles”, explicam.
São muitas as pessoas que dedicam uma boa parte do seu tempo a aprender como lidar melhor com os outros, como alcançar mais êxito profissional, desfrutar de uma relação sólida e saudável com quem amam, cuidar bem dos filhos e daí por diante, mas esquecem-se do mais importante de tudo: estar bem consigo mesmas. Esta é a chave para tudo, pois quando estamos bem connosco próprios, tudo flui e todas as relações melhoram em nosso redor.
Uma pessoa que gosta de si, que reserva um tempo diário para ouvir o seu diálogo interno, para acatar o que sente, respeitar o que pensa e dar um sentido a esses pensamentos e sentimentos, certamente que será uma melhor profissional, companheira, mãe/pai, vizinho, cliente e daí por diante. A chave é o nosso eu estar bem, sublinham os especialistas nesta matéria.
Muitas são as pessoas que confessam que jamais diriam a um amigo o que dizem a si mesmas, razão pela qual é tão imperioso cuidarmos desse monólogo interior que nos guia, orienta, mas que se não for cuidado, pode empurrar-nos para o sofrimento, pois estamos sempre com ele; todos os dias, todos os meses e anos da nossa existência, logo temos mesmo de estar bem por dentro e, isso vê-se por fora em tudo o que fazemos.
Os pensamentos e as palavras que dizemos a nós mesmos têm um peso emotivo associado, e fazem-nos sentir tão zangados, frustrados, tristes… como se fosse outra pessoa a dizer-nos. E são emoções negativas que nos vão acompanhando.
A revista Centrada em si, deixa-nos algumas dicas para criar novos hábitos
O que precisa?
Dedique uns minutos por dia a fazer este exercício: olhe-se com carinho, sorria para si mesmo, pergunte-se sobre o que precisa.
Descubra a sua voz
Decida como quer falar consigo, olhar-se. Encontre o tom carinhoso, mas firme, que o ajude a falar consigo com respeito.
O que me faz sentir bem?
Interrogue-se, o que preciso ouvir agora? O que me vai ajudar a sentir-me melhor e melhorar na próxima vez?
Diga sim às mensagens construtivas
Se lhe custa distinguir se é uma mensagem construtiva ou não, diga-o em voz alta e avalie como soa. Na nossa mente as mensagens parecem mais “suaves”. Isto vai-nos ajudar a encarar e a mudar esta forma negativa de falarmos com nós mesmos.
Diga não às mensagens destrutivas
Questione-se: “isto que estou a dizer a mim mesmo agora, di-lo-ia a outra pessoa?” Pense na pessoa que mais quer (uma amiga/o, um filho, o seu marido, um familiar…), o que lhe diria na mesma situação? Por vezes, inconscientemente, pensamos que podemos ser duros com nós mesmos, que não faz mal, que até é bom para nós. Se não ajuda os outros, por que razão vai ser diferente connosco?
Trate-se com carinho
Por último, observe que quanto mais se tratar com bondade a si mesmo, mais emoções agradáveis começará a experimentar: alívio, alegria, tranquilidade… Aprender a perdoar-nos, compreender-nos, animar-nos… é a melhor decisão que podemos tomar para melhorar a nossa qualidade de vida.
Cuide de si e aprenda a tratar-se como realmente merece e precisa: com carinho, amabilidade e compreensão, aconselha a publicação.