Ambiente

Plataforma PAS contra novas barragens no Algarve

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"Incompleto e contraditório" com "demasiadas questões por esclarecer", é o que a Plataforma Água Sustentável (PAS) considera, relativamente à estratégia "Água que Une" anunciada recentemente pelo Governo.

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Como aspetos positivos, salienta em comunicado, que as medidas previstas para redução das perdas de água nos sistemas urbanos e nos aproveitamentos hidroagrícolas públicos, assim como todas as medidas para melhorar a monitorização e a gestão desses sistemas, considerando igualmente positiva a proposta de aumentar a disponibilização de Água para Reutilização (ApR) - através do programa Água + Circular.

Apesar de reconhecer alguns benefícios da estratégia apresentada, a PAS refere que a linha mestra de atuação da estratégia delineada por dois ministérios (Ministério do Ambiente e Energia e Ministério da Agricultura e Pescas), particularmente no Algarve, "continua a ser prioritariamente, o aumento da oferta de água para a agricultura intensiva, cada vez mais dependente de volumes crescentes deste recurso, ao invés de a diminuir, como forma de enfrentar os desafios que as alterações climáticas colocam, nomeadamente o aumento da escassez de água".

Para a plataforma, medidas como a construção de novas barragens (Foupana e Alportel), o alteamento de estruturas existentes e as interligações entre bacias hidrográficas (transvases), inicialmente colocadas como última prioridade (PREHA), "surgem agora como eixo central da estratégia, o que demonstra uma inversão das prioridades anteriormente definidas e, ainda em oposição à estratégia da União Europeia, expressa no Pacto Ecológico Europeu (pacote legislativo Objetivo 55), previsto para ser executado até 2023, que não prevê financiar novas barragens".

Neste entendimento, é criticada a construção da barragem da Foupana, "uma vez que o caudal é notoriamente insuficiente ao longo do ano" e a construção de grandes infraestruturas, devido ao impacte ambiental que apresentam. Acrescenta que as duas grandes infraestruturas previstas para o Algarve - Estação de dessalinização da água do mar e a tomada de água no Pomarão, são desadequadas, por exigirem investimentos públicos elevados e que, em conjunto, "nem sequer compensarão as perdas nas redes que se verificam atualmente", conclui.