Dicas

Pessoas obcecadas por dinheiro

Os casos estudados demonstram que, estas pessoas possuem um enorme vazio emocional que parece só se preencher com o dinheiro.
Os casos estudados demonstram que, estas pessoas possuem um enorme vazio emocional que parece só se preencher com o dinheiro.  
Foto:Katemangostar (Freepik)
É inegável que o dinheiro nos faz falta e que precisamos dele para garantir uma vida confortável, no entanto, há pessoas que ultrapassam essa necessidade e projetam-se na obsessão de acumular tudo o que lhes é possível.

Roubam, envolvem-se em esquemas fraudulentos, enganam os demais, não respeitam os direitos dos outros e, na maioria das vezes, perdem a noção de família e de amizade. Projetam-se no lucro e não nas relações com os outros e colocam os bens materiais acima de si mesmos, já que nada mais lhes importa.

Segundo a ciência, estes indivíduos sofrem de Crematística que mais não é do que a obsessão de acumular riqueza, seja a que preço for.

Regra geral, são pessoas que não se contentam com o que ganham, com o produto do seu trabalho, com aquilo que conseguem reunir para garantir a qualidade e o conforto de vida e fazem de tudo para obter bens e dinheiro mesmo daqueles que supostamente deveriam amar e que lhes são mais próximos. Na prática, só olham para os outros como uma fonte de lucro e alguém que os pode ajudar a acumular mais posses.

Isto acontece com filhos em relação aos pais e demais familiares, em que só se mantém a relação em função das heranças,  passa-se no local de trabalho, em que se encara a profissão como uma oportunidade para ultrapassar o rendimento legal e poder obter algo extra, acontece nas relações de amizade em que se está sempre à espera de um retorno financeiro e, o mais grave, ocorre com frequência no mercado ilícito, em que qualquer negócio, mesmo que ilegal, serve para ganhar grandes quantias de dinheiro sem olhar aos meios que se utilizam.

Na realidade, todos gostamos de ganhar dinheiro, todos queremos ter uma boa vida, mas temos limites que não podemos ultrapassar: as regras sociais e a lei, mas estas pessoas, não cultivam valores, logo tudo lhes é possível e com muita descontração. Quando conhecem alguém, pensam logo num possível negócio, uma vez que, essa é a sua base de vida.

Segundo os entendidos, não é de admirar que, as pessoas que sofrem deste transtorno se envolvam em situações perigosas, que tenham muitos problemas com a justiça e que acabem os seus dias na solidão ou na prisão.

Tal acontece porque a mente desta tipologia psicológica só está focada no dinheiro e nas formas que pode encontrar para o obter. Não param, não pensam, não sentem remorsos, não têm compaixão por aqueles que ficam sem o seu dinheiro, muito menos se incomodam com o facto de os roubarem porque não possuem filtros ou moral. É o dinheiro que lhes interessa e isso está acima até da sua própria saúde e felicidade, pelo que não cuidam de si mesmos, só vigiam as contas bancárias, contam as notas, visitam as propriedades e satisfazem-se com o que acumulam, mesmo que disso não retirem qualquer partido.

Estes indivíduos começam por encarar o dinheiro como uma forma de poder e de reconhecimento numa sociedade capitalista em que, aparentemente somos avaliados pelo que temos e não pelo que somos.

Adquirem bens materiais que exibem riqueza, como um bom carro, um bom relógio, um smartphone topo de gama, idas a restaurantes de luxo, uma boa casa, na maioria das vezes, recorrendo ao crédito e, depois quando não conseguem pagar, não abdicam do que possuem, o que leva estas pessoas a entrar numa espiral de atos ilícitos para obterem mais lucros e manter a vida que pretendem. O problema começa quando a pessoa percebe que, essa vida de luxo atrai os demais e lhe dá uma forte sensação de poder e de controle sobre os outros, o que faz manter as dívidas, os créditos e dá início à corrupção e a golpes financeiros que lhe permitam dar continuidade a esse estilo elevado de existência.

A obsessão é de tal ordem que tudo é entendido como lucro e uma oportunidade de ganhar ainda mais dinheiro. Tal como há pais vítimas desta obsessão dos filhos, também há o contrário: pais que encaram os filhos como uma oportunidade para ganharem dinheiro e bens porque não se olha aos laços familiares, mas sim ao poder que o dinheiro e os bens lhes podem oferecer.

Os casos estudados demonstram que, estas pessoas possuem um enorme vazio emocional que parece só se preencher com o dinheiro. A própria solidão parece que só se paga com dinheiro, razão pela qual estas pessoas não precisam de ter alguém ao seu lado e quando casam é para aumentarem a fortuna.

Por fim, os especialistas explicam que, para além do prazer em acumular dinheiro e, com isso se sentirem mais poderosas e reconhecidas socialmente, estas pessoas sentem uma enorme adrenalina em meter-se no mundo do crime. Gostam de enganar as autoridades, de saber que estão acima da lei, que são mais importantes que os amigos, já que lhes conseguem extorquir dinheiro, que valem mais do que a família que só serve para lhes dar dinheiro e, se nada tiverem para herdar, então nem os conhecem.

Como tratamento, estas pessoas necessitam de uma boa intervenção psicológica e, em muitos casos, psiquiátrica, num processo que lhes permita reavaliar os valores, a conduta, o sentido da sua existência, o apreço pelos outros, pelo que, só um trabalho profundo as pode devolver a um comportamento aceitável, que passa por uma nova forma de pensamento, mas para isso, é preciso que entendam os prejuízos inerentes a esse estilo de vida, que assumam que não estão bem e que o seu caminho é perigoso, o que é muito difícil de ocorrer, sublinham os entendidos.

Só quando acabam nas teias da lei e se sentem amargamente sós, é que estas pessoas começam a pensar no rumo que deram á sua vida e no quanto o dinheiro as absorveu, mas, em muitas situações, já é tarde demais, pois já têm um tempo de prisão para cumprir. Se tem um familiar ou amigo nestas condições, incentive-o a pedir ajuda enquanto é tempo, pois é fácil prever o desfecho de uma vida completamente dedicada ao dinheiro e aos bens materiais.