O PCP considera que os problemas no setor da saúde no Algarve continuam por resolver e que os governos do PS "não resolveram" e que agora, o Governo do PSD/CDS, "vem aprofundar degradando ainda mais a situação".
Em comunicado, a direção da organização regional do Algarve do partido, diz que no Hospital de Portimão, são recorrentes os episódios de falta de médicos pediatras, "que motivam, desde há muito, graves preocupações entre a população". Uma situação que para o PCP, "pode levar ao desmantelamento e fecho dos serviços de Pediatria, nomeadamente o internamento e a urgência, assim como irão afetar os serviços de Obstetrícia e Bloco de Partos".
O partido relata que o mais recente caso durou vários dias, apanhando o fim de semana, em que o Hospital de Portimão ficou sem médicos pediatras e a Urgência Pediátrica, o internamento de Pediatria, o Bloco de Partos e o serviço de Obstetrícia, que apesar de não encerrarem, estiveram a funcionar sem qualquer apoio de um médico especialista em pediatria.
Situação que, mais uma vez, por prevenção, obrigou à transferência temporária de grávidas, bebés e crianças para Faro. "Medida recorrente nestas situações, com todos os transtornos que a situação provoca, nomeadamente a deslocação dos pais e das crianças, obrigadas a percorrer longas distâncias".
O Secretariado da DORAL do PCP, alerta para a possibilidade de estar para breve a extinção do departamento de Pediatria de Portimão, passando a funcionar um único departamento Regional em Faro, afetando todos os serviços de Pediatria como a Urgência, o internamento e a Maternidade no Hospital de Portimão.
Os comunistas falam de uma situação "intolerável" que irá acarretar mais uma sobrecarga para o Hospital de Faro, "obrigando a longos tempos de espera, a custos significativos de deslocação com meios próprios, ou a uma maior utilização de transporte por ambulância, numa situação em que este serviço se processa cada vez com maiores dificuldades, nomeadamente o transporte Inter-hospitalar por falta de profissionais, exemplificando a inoperacionalidade do transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) do INEM, sediado em Faro, por constrangimentos em completar escalas".
Sobre o anúncio do Governo de um sistema local de saúde que estabelecerá uma relação de conjunto e articulada entre o sector público, social e privado para o Algarve, o PCP sublinha que Sistema Local de Saúde é um conceito sem qualquer consagração na Constituição da República Portuguesa ou na Lei de Bases da Saúde, pelo que a sua implementação "será somente avançar no objetivo de destruição do SNS e o aumento do financiamento dos privados com dinheiros públicos", adianta o comunicado.
Quanto à também anunciada confirmação da construção do Hospital Central do Algarve, obra com atraso de 20 anos, a opção do Governo, indo ao encontro da anterior decisão do Governo do PS, é da criação de uma Parceria Pública Privada - PPP para a construção e também para a gestão do futuro hospital, opção que o PCP recusa "liminarmente".
O PCP critica a disponibilidade do atual Governo, de "transferir milhares de milhões de euros do orçamento do SNS para os grupos privados da saúde", ao invés "de dar resposta necessária e urgente à contratação de novos profissionais, melhorando o funcionamento dos serviços, investindo na melhoria e no acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente na redução dos tempos de espera para consultas e cirurgias, a aposta na prevenção da doença ou o reforço nos meios técnicos e financeiros".