Numa das edições do "Café com Letras" na FNAC do Forum Algarve em Faro, o Algarve Primeiro falou com o Reitor da Ualg, Paulo Águas.
Tratou-se de um espaço de debate e reflexão promovido pela Direção Regional de Cultura em parceria com a Biblioteca da Universidade do Algarve em que na ocasião, foram assinalados os 40 anos da universidade algarvia.
Na sessão que foi moderada por Adriana Freire Nogueira, Diretora Regional de Cultura do Algarve, Paulo Águas, fez uma retrospetiva do processo de instalação da Universidade do Algarve, que começou com apenas três cursos, contando com hoje com mais de 66 mil alunos, na medida em que por ano a Ualg recebe em média dois mil novos alunos.
A Universidade surgiu no pós-25 de Abril, no meio de «algum 'boom' demográfico», e pela necessidade de contrariar os baixos níveis de literacia e de conhecimento dos recursos humanos. As décadas de 80 e 90 foram altamente dinâmicas, com a Ualg a chegar rapidamente aos 10 mil alunos no ano 2000. Hoje a instituição tem mais de mil funcionários e cerca de 8 mil alunos.
Outra informação relevante partilhada pelo Reitor, é o facto de 2/3 dos diplomados ficarem na região.
Quanto há internacionalização a Ualg é a segunda instituição de ensino superior com maior percentagem de alunos estrangeiros, (a primeira é o Instituto Politécnico de Bragança), numa aposta «conseguida» com os estudantes africanos.
Paulo Águas clarificou que mais de 20% do total dos alunos da Ualg são estrangeiros, quer os estudantes que frequentam um curso, quer os de mobilidade, e desses 20% metade são brasileiros.
Nas áreas do Mar, a Ulg tem níveis de internacionalização «absolutamente espantosos», adiantou o Reitor, «temos 4 Mestrados na área do Mar,(Biologia Marinha, Sistemas Marinhos e Costeiros, Aquacultura e Pescas e Recursos Biológicos e Marinhos), em que 65% dos alunos são estrangeiros, cabendo os restantes 35% aos alunos nacionais».
O responsável garantiu que se não tivesse ocorrido esta subida de alunos de 'fora', «a universidade teria hoje estudantes ao nível de há quatro anos, o período mais baixo, quando a instituição se aproximou dos 7 mil alunos».
O Reitor acredita que é através da internacionalização que a Ualg irá enfrentar o recuo demográfico sentido no país, «é importante que nesta fase haja um rejuvenescimento de recursos humanos, vindos de fora, sob pena de ser dramático para a região», observou.
No final da iniciativa o Algarve Primeiro perguntou a Paulo Águas: “O que seria do Algarve sem a Universidade?”