A portuguesa Ana Cabecinha, que já alcançou a marca de qualificação para os 20 quilómetros marcha para Paris2024, revelou hoje que vai ser mãe, mas quer ir aos Jogos Olímpicos.
“Quando soube que estava grávida já estava na pré-época, a treinar com o objetivo de Paris e estava a ficar numa boa forma. Primeiro, quis logo terminar a carreira e focar-me em ser mãe, mas, depois, como ia continuar a treinar, decidi continuar até que o meu corpo e o bebé me deixe treinar”, explicou a recordista nacional dos 20 marcha (01:27.46).
Ana Cabecinha, de 39 anos, alcançou marca de qualificação para Paris2024 nos Mundiais Budapeste2023, onde foi nona, com o tempo de 01:28.49 horas, batendo por 31 segundos a marca de qualificação para Paris2024 (01:29.20).
“O meu treinador [Paulo Murta] e toda a equipa que trabalha comigo disseram que era possível recuperar [depois do nascimento do filho, previsto para final de abril ou início de maio] e ir aos Jogos. Não é possível ir lutar por medalhas, mas posso concretizar o meu objetivo de acabar a carreira em Paris”, referiu.
A atleta do CO Pechão vai para a sua quinta presença olímpica, depois dos sextos lugares no Rio2016 e Londres2012, do oitavo em Pequim2008 e do 20.º em Tóquio2020.
Prolongar a carreira, depois de Paris2024, para a marchadora algarvia, “deixa de fazer sentido”: “Vai ter um sabor especial estar em Paris e ter o meu bebé no final, essa vai ser a minha medalha, porque em 2021, depois de Tóquio2020, engravidei e perdi [o bebé] e isso passou a ser um objetivo, que foi adiado porque fui tendo resultados”.
Além das cinco presenças olímpicas, Ana Cabecinha esteve em sete Campeonatos do Mundo, terminando todos entre as 10 primeiras nos 20 quilómetros marcha – nona em Budapeste2023, Oregon2022 e Doha2019, depois de ter sido sexta em Londres2017 e Moscovo2013, quinta em Daegu2011 e quarta em Pequim2015.
Lusa