O PAN está contra a instalação de uma central fotovoltaica, por parte da empresa Iberdrola, que segundo o partido, irá ter impactos nefastos na fauna e flora da região, particularmente nas áreas de Faro, Tavira e Olhão.
Em comunicado, o partido justifica que o objetivo serve, também, para que outras centrais fotovoltaicas "com o mesmo tipo de condicionantes" não sejam aprovadas, e que sejam aplicadas práticas de transição energética sustentáveis, quer no distrito, quer no país.
Rosa de Sousa, da comissão política distrital do PAN Algarve, afirma que as centrais fotovoltaicas são bem-vindas e necessárias, mas devem ser instaladas de forma inteligente e sustentável, sem comprometer o equilíbrio dos ecossistemas. A comissária indica que as áreas urbanas oferecem inúmeras oportunidades para a instalação de painéis fotovoltaicos, tais como coberturas de edifícios públicos e particulares de modo a assegurarem tanto quanto possível a auto-suficiência de cada espaço, bem como a instalação dos mesmos em parques de estacionamentos.
Para o PAN existem ainda outras oportunidades viáveis, como é o caso das barragens, que poderão ser usadas como áreas de grande produção fotovoltaica, método comprovado com o projeto piloto desenvolvido no Alqueva. Outras oportunidades são as ciclovias, a extensão das linhas férreas ou os separadores centrais das auto-estradas, todas com grande potencial e capacidade para receber extensos projetos de produção fotovoltaica, sem perdas de biodiversidade e sem colocar em risco os ecossistemas.
“Desde 2021, o PAN Algarve tem levantado a voz junto dos organismos locais e associações para manifestar a preocupação com o impacto ambiental do projeto, sabendo que existem alternativas viáveis e menos prejudiciais à natureza. No mês passado, a deputada Inês de Sousa Real apresentou um projeto de resolução na Assembleia da República, exortando o Governo a considerar a atribuição de um estatuto de proteção à área onde se pretende implementar o projeto. O documento salienta a importância de salvaguardar a fauna e flora da zona em causa,
prevenindo a perda irrecuperável da biodiversidade e a deterioração do solo”, refere a comissária.
O partido regista que a construção da central fotovoltaica prevê a desflorestação de 154 hectares, resultando na perda de habitats para espécies de grande valor conservativo, incluindo o coelho-bravo, a perdiz-vermelha, a osga-turca e a águia de Bonelli. Para além dos efeitos diretos, o projeto também apresenta um risco elevado de colisão de aves com linhas elétricas.
Além das ameaças à biodiversidade o PAN alerta para a destruição de uma zona de acumulação de água no vale onde será implementada esta central, e que dada a situação hídrica no País, "é impensável destruir infiltrações como a do aquífero do Peral-Moncarapacho, com ligações ao aquífero da luz de Tavira". O partido também afirma que associações ambientais, como a PROBAAL, "que têm sido fulcrais" na pesquisa dos reais impactos desta central, deveriam ser ouvidas pelos decisores políticos.
O PAN informa que já fez notar a sua oposição à instalação de central fotovoltaica na
consulta pública que termina a 20 de julho e apela à população para que possa fazer o mesmo.