"O ano de 2024 ficou marcado por uma conquista fundamental para a democracia local. Durante décadas, apenas o PS tinha direito a discursar nesta data simbólica, o que contrariava os valores de Abril. No ano passado, devido à minha pressão constante, Olhão deu um passo em frente, celebrando o 25 de Abril como ele deve ser celebrado: com liberdade e pluralidade", recorda o deputado.
No entanto, na última sessão da Assembleia Municipal de Olhão, ao questionar o executivo — representado pelo vereador Ricardo Calé, também candidato do PS à Câmara — sobre a realização de uma nova sessão solene este ano, Alexandre Pereira diz ter ficado surpreendido: "Foi-nos dito que a cerimónia do ano passado foi uma exceção e que, este ano, voltaremos a um modelo 'mais simples', sem a intervenção dos partidos. Ou seja, voltamos à situação em que apenas o PS tem liberdade para falar. Fica assim evidente que, enquanto se mantiver um executivo socialista à frente da câmara de Olhão, a lei da rolha continuará a imperar!", entende o deputado.
Para Alexandre Pereira, esta decisão revela "um claro medo do debate e da diversidade de opiniões", sublinhando que "o 25 de Abril foi conquistado para garantir que todos têm voz, não para que um partido continue a decidir quem pode ou não falar. Esta atitude do executivo socialista mostra que, para eles, a democracia é apenas um conceito bonito em discursos, mas que, na prática, preferem controlá-la e silenciar quem pensa de maneira diferente."
O deputado fala em retrocesso: "Não podemos aceitar que Olhão volte atrás no tempo. Se no ano passado conseguimos uma sessão solene democrática, então devemos exigir que isso se mantenha. A liberdade de expressão não pode depender do humor do executivo socialista. Abril é de todos, não apenas de alguns", acrescenta.