O ministro da Saúde, Manuel Pizarro afirmou hoje que o Governo tem “duas prioridades distintas” para o setor da Saúde no Algarve, nomeadamente a otimização dos recursos humanos e a criação de novas instalações para atrair e fixar profissionais.
“Uma é otimizar os recursos para funcionarmos, dando maior resposta à população, e outra é um tema incontornável que é a necessidade de novas instalações. Vamos finalmente arrancar com a construção do novo Hospital Central do Algarve”, garantiu Manuel Pizarro em Monchique.
Em declarações aos jornalistas à margem da iniciativa “Saúde Aberta”, que hoje vai percorrer todos os concelhos do Algarve, o governante reconheceu “como especialmente complexa” a organização dos cuidados de saúde na região, devido ao facto de ter uma população muito variável.
“São cerca de meio milhão de pessoas regularmente, mas há períodos do ano em que os que vêm de fora são bastante mais do que os que vivem cá, e é preciso organizar com flexibilidade os cuidados para responder às circunstâncias”, apontou.
Para Manuel Pizarro, a construção do novo Hospital Central do Algarve “é importante porque não só cria melhores condições para prestar serviço às pessoas, como cria um novo entusiasmo para atrair profissionais”.
“Não há dúvida nenhuma que nós precisamos de mais profissionais de saúde no Algarve. Vamos anunciar um calendário que desta vez permita que não haja mais interrupções nesse processo, porque isso seria muito deprimente”, observou.
Na opinião do governante, “centros de saúde novos e bem equipados ajudam a atrair profissionais, sendo a descentralização em movimento no Algarve muito importante, porque não há ninguém melhor que as autarquias para conhecerem as realidades locais e garantirem a manutenção e o bom funcionamento dos centros de saúde”.
Por outro lado, defendeu, como um aspeto “muito relevante” a “intensificação da ligação umbilical” entre o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a Universidade do Algarve e o seu curso de formação de médicos.
“Essa ligação também pode ajudar muito, não apenas a formar, mas a fixar os profissionais que nós formemos na região”, notou o governante.
Manuel Pizarro disse ainda que iniciou o programa da “Saúde Aberta” no Algarve pelo concelho de Monchique, onde existe atualmente apenas um médico, pelo facto de ser neste momento o concelho algarvio onde as dificuldades são maiores.
“Temos menos médicos do que o que necessitávamos e os dois médicos que estão de serviço estão de baixa prolongada”, frisou.
O ministro adiantou que “a primeira razão é tentar perceber porque uma zona tão bonita [como Monchique] é tão pouco atrativa para os médicos, quais os problemas que se colocam e ouvir os profissionais, a Câmara Municipal e as pessoas”.
“Haverá soluções que não vão aparecer amanhã de manhã, mas tenho a certeza que vamos encontrar nas próximas semanas ou nos próximos meses uma solução para Monchique e para as outras zonas do Algarve onde temos dificuldades” concluiu.
O ministro Manuel Pizarro lidera uma equipa do Ministério da Saúde que vai percorrer todos os concelhos do Algarve, no âmbito da iniciativa “Saúde Aberta”, que visa conhecer os projetos em curso e identificar necessidades nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A visita do ministro da Saúde, da secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, e do secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, aos 16 concelhos algarvios é a primeira edição desta iniciativa que terá um caráter periódico e visitará todos os distritos do país.
Durante o dia de hoje, os governantes vão conhecer as unidades e investimentos em curso nesta região e dialogar com a população, profissionais de saúde, órgãos dirigentes do SNS e autarcas.
Depois de Monchique, o ministro da Saúde seguiu depois para Aljezur e Vila do Bispo, prosseguindo depois, durante a tarde, para Lagos, Portimão e Faro, onde conclui a visita.
Os seus dois secretários de Estado ficaram responsáveis por visitar os restantes concelhos algarvios: Albufeira, Loulé, São Brás de Alportel, Lagoa, Silves, Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo António, Tavira e Olhão.
Lusa