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Os principais erros que se cometem na alimentação dos jovens

A ideia de que os adolescentes podem fazer refeições diferentes das do resto da família porque estão a autonomizar-se e que “nada lhes faz mal”, é outro impedimento à manutenção da saúde.
A ideia de que os adolescentes podem fazer refeições diferentes das do resto da família porque estão a autonomizar-se e que “nada lhes faz mal”, é outro impedimento à manutenção da saúde.  
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O primeiro grande erro que se comete na alimentação dos jovens é acreditar que, por estarem em fase de crescimento, podem comer tudo sem restrições.

A ideia de que os adolescentes podem fazer refeições diferentes das do resto da família porque estão a autonomizar-se e que “nada lhes faz mal”, é outro impedimento à manutenção da saúde.
 
A ingestão de doces, gorduras, comidas industrializadas, refrigerantes, salgados e “snacks”, é outro erro muito comum na alimentação dos mais novos, sem esquecer as refeições que se saltam e que se compensam de forma desregrada noutros horários, a perda do hábito de se sentarem à mesa com os pais e de seguirem o padrão alimentar da família.
 
A pouca ingestão de água ao longo do dia também é um problema muito recorrente na fase da adolescência, sobretudo porque se acredita que “eles já são grandes e sabem o que fazem e aquilo de que necessitam”.
 
Na posição dos nutricionistas, é fundamental que os pais não percam de vista que, tal como adotaram hábitos de vida saudáveis para o bebé e para a criança, a mesma linha deve ter continuidade na fase da adolescência que, é igualmente importante para um crescimento sadio e para a prevenção de muitas doenças na idade adulta.
 
Há jovens que sofrem de hipertensão, diabetes, obesidade e muitas outras complicações resultantes de uma má alimentação e do sedentarismo, pelo que é imperioso que os pais, como principais responsáveis pela educação e um apoio fundamental no desenvolvimento dos filhos, sejam rigorosos no que se refere à manutenção de hábitos de vida saudáveis.
 
É evidente que os jovens são cada vez mais autónomos, que têm liberdade para fazerem mais opções, mas deve ser-lhes incutida a importância de uma alimentação correta e que siga a conduta familiar. Comer a horas certas e sentados à mesa em família é logo o primeiro hábito a implementar. Depois, é essencial que eles comam produtos frescos como: carne, peixe, ovos, fruta, legumes, sementes integrais, laticínios e outros alimentos cruciais para um desenvolvimento equilibrado, sublinham os especialistas.
 
O ‘fast food’ deve ser consumido muito pontualmente e de uma forma regrada para que se perceba que não é saudável. O mesmo se passa com o consumo de doces, comidas industrializadas e refrigerantes», sublinham os mesmos entendidos.
 
Nunca é demais lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a adolescência acontece dos 10 aos 19 anos de idade e que, essa fase é caracterizada por intensas transformações físicas, comportamentais e psicológicas.
 
Durante esse período, a alimentação saudável requer muita atenção, pois as necessidades nutricionais de macro e micronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais) aumentam devido aos eventos da puberdade e ao acentuado crescimento.
 
Se a alimentação é sempre importante, não pode também ser descurada num período que envolve vários fatores (psicológicos, culturais e socioeconômicos) que acabam por determinar muitas das escolhas dos jovens, sendo muito mais fácil comer aquilo que já está pronto, que dá menos trabalho e que, em muitos casos, até parece mais económico, mas que é muito prejudicial para o organismo, alertam os entendidos.
 
Naturalmente que, um jovem que foi habituado a um estilo de vida saudável nas fases anteriores, vai dar-lhe continuidade na adolescência e na idade adulta, no entanto, quando essa base não é sólida, aumenta o risco do “desvio” e de entrar num sistema de imitação dos colegas, muitas vezes, com hábitos pouco corretos e sensatos, frisam.
 
É ainda essencial sublinhar que, quando os hábitos alimentares da família não são saudáveis, é mais difícil exigir que os mais novos assumam uma postura correta e, também se deve ter em conta que, todos devem conversar sobre o assunto, fazer um planeamento saudável, participarem na confeção dos alimentos, estar mais em família e seguir um modelo, em muitos casos, novo para todos, mas muito mais equilibrado e saudável, recomendam os entendidos.
 
Assim, deixamos-lhe estas linhas de orientação que podem fazer toda a diferença nos hábitos alimentares de toda a família:
 
1.Alimentação variada
 
Uma alimentação saudável inclui a ingestão de todos os grupos alimentares e ingerir bastante água ao longo do dia.
 
Um segredo importante é não comprar aquilo que não é saudável, na medida em que, se é prejudicial, não deve ser incluído na lista de compras e não deve ser uma “tentação”.
 
2. A família deve conversar sobre os hábitos alimentares
 
É muito importante que se explique ao jovem a importância de fazer escolhas saudáveis para que as siga mesmo quando os pais não estão presentes e que escolham um dia da semana para fazerem uma exceção, de preferência, fora de casa para não ter esses alimentos à mão, recomendam os especialistas.
 
3. Trocar os produtos industrializados por frescos
 
Habitue o jovem a comprar produtos frescos e a confecioná-los para que ganhe prazer em fazê-los e para que se proteja daquilo que é muito calórico, gorduroso e menos saudável.
 
4. Escolha um estilo de vida equilibrado e saudável
 
Estar sempre a punir, a criticar e a condenar os comportamentos dos jovens não é solução. O ideal é que todos estabeleçam um estilo de vida que se afaste de produtos nocivos para a saúde e que, de vez em quando, façam uma “asneira”, mas sempre com consciência de que é um momento excecional. A família deve fazer um plano semanal onde suprimam os doces, os refrigerantes, o “fast food”, os produtos industrializados e onde optem por refeições confecionadas por todos e que contenham produtos frescos, mas tendo sempre cuidado com os fundamentalismos, alertam os nutricionistas.
 
5. Crie uma rotina saudável
 
Estabeleça horários para as refeições, momentos para praticar uma atividade física, tempo para as compras, para a confeção das refeições, uma vez que, é isso que evita que se tenha de recorrer a opções rápidas, pouco planeadas e saudáveis. Ao mesmo tempo, dedicar momentos à prática de uma atividade física que pode ser uma caminhada, ajuda a melhorar o bem-estar físico e emocional e conduz a família à construção de um novo estilo de vida melhor para todos.
 
Acrescentam ainda os nutricionistas que, uma dieta equilibrada envolve quantidades adequadas de todos os nutrientes, vitaminas e oligoelementos, evitando excessos nocivos para a saúde. De uma forma geral, isso implica ingerir diariamente três refeições regulares, com alguns lanches pelo meio, incluindo alimentos variados, nas proporções adequadas. É importante evitar saltar refeições.
 
Uma forma adequada de verificar como distribuir as proporções dos diversos tipos de alimentos é seguir a pirâmide alimentar.
 
Base ou 1.º patamar
 
As frutas e os vegetais são ricos em vitaminas e minerais, fundamentais para garantir o correto funcionamento de várias funções vitais do nosso organismo. Devem estar presentes em todas as refeições, em quantidade abundante.
 
As leguminosas (feijão, ervilhas, grão, lentilhas, ...) estão também aqui representadas; são uma boa fonte de proteína e ferro.
 
2.º patamar
 
O pão e os cereais contêm hidratos de carbono que oferecem a energia necessária ao funcionamento dos músculos e cérebro. São também uma excelente fonte de fibras e vitaminas do complexo B. Durante a adolescência todas as refeições devem incluir hidratos de carbono e o pão deve ser escuro e as massas integrais.
 
3.º patamar
 
A carne, de preferência magra, como a das aves, o peixe, ovos, frutos secos e sementes são excelentes fontes de proteína e ferro. O aporte proteico é fundamental para o crescimento rápido e desenvolvimento pubertário característicos da adolescência. As dietas restritivas são muitas vezes pobres em proteínas e podem condicionar um atraso no crescimento. No caso de dietas vegetarianas, os produtos de origem animal devem ser aqui substituídos por leguminosas, frutos secos e sementes.
 
Leite, queijo e iogurtes são fontes muito importantes de cálcio, tão fundamental nesta idade devido à formação óssea e ao correto funcionamento do coração, músculos e sistema nervoso.
 
Vértice ou 4.º patamar
 
Este patamar inclui as gorduras, que devem estar presentes em pequenas quantidades e devem preferir-se as mais saudáveis, ou seja, as de origem vegetal. As gorduras estão presentes em vários alimentos que fazem parte do quotidiano dos nossos adolescentes, por exemplo, o chocolate, gelados, a batata frita, os bolos e fritos. Inverter esta tendência pressupõe fazer opções mais saudáveis, tendo em conta que, esses produtos dão lugar ao aumento de peso, a problemas de coração, à hipertensão e ainda à diabetes.
 
Deve ingerir-se água em abundância para manter o estado de hidratação e prevenir a obstipação. Evitar os refrigerantes, que são ricos em hidratos de carbono de absorção rápida e hipercalóricos, podendo levar ao excesso de peso.
 
Deve evitar-se o excesso de sal, que pode ajudar no desenvolvimento de hipertensão arterial; prefira ervas aromáticas para temperar os alimentos.
 
Os pratos devem ser confecionados com prazer e criatividade, coloridos, variados e com o mínimo de calorias e de gorduras possível, concluem os mesmos entendidos.