Tendo por base um artigo da Educar.pt, estes são os 7 erros mais comuns que se cometem na educação das crianças e que podem acarretar consequências para o desenvolvimento dos mais novos:
• Não impor limites
• Ser incongruente com as regras
• Não dar atenção suficiente
• Comparar com outras crianças
• Super proteger e resolver todos os problemas
• Criticar em excesso
• Não reconhecer os esforços.
Muitos pais têm dificuldade em impor limites aos filhos por pena, comodismo ou para evitar birras e conflitos. Porém, limites claros e consistentes são extremamente importantes para que a criança se sinta segura e aprenda a comportar-se adequadamente.
Crianças sem limites tendem a ser mais imaturas, egoístas, desobedientes e com dificuldade em respeitar regras e autoridade. Isso prejudica não só a convivência familiar mas também as relações sociais da criança.
O Educar sugere a importância de estabelecer regras simples, coerentes e apropriadas para a idade da criança
• Seja firme e consistente ao aplicar consequências quando as regras forem desrespeitadas (perda de privilégios, tempo de reflexão, etc)
• Explique o motivo das regras de maneira clara e amigável. Negocie se necessário, mas não ceda.
Por exemplo: em vez de proibir o uso de telemóveis e tablets à mesa, estabeleça um horário diário permitido para esses aparelhos e seja firme.
Assim a criança aprende a regular o próprio consumo.
Alguns pais ora são muito rígidos, ora muito permissivos com as mesmas situações. Essa incongruência e imprevisibilidade deixa as crianças confusas, pois não sabem ao certo o que é permitido ou proibido a cada momento.
Isso dificulta o desenvolvimento do autocontrolo e senso de responsabilidade. A criança não consegue regular adequadamente o seu comportamento sem saber quais são os limites consistentes.
Como evitar:
• Defina as regras e consequências em conjunto com o cônjuge para serem uniformes entre ambos
• Seja consistente ao aplicar as mesmas punições quando determinadas regras forem quebradas
• Se precisar modificar alguma regra com o tempo, explique calmamente o motivo à criança
Por exemplo: se a regra é não usar telemóvel à noite, mantenha a regra em vigor independentemente do seu cansaço como progenitor naquele dia. Senão a criança aprenderá a insistir e negociar quando estiver mais fragilizado, recomendam os especialistas da Educar.pt.
Pais muito ocupados ou stressados podem acabar negligenciando as necessidades das crianças por atenção, carinho e tempo de qualidade. Por norma, os mais novos optam por adotar comportamentos desajustados, mentir, fazer asneiras e apresentar maus resultados escolares como forma de chamar a atenção. Para evitar esse cenário, a mesma publicação recomenda:
• Dedique um tempo exclusivo, sem distrações, focado 100% no seu filho todos os dias, mesmo que por poucos minutos
• Demonstre interesse genuíno pelo dia da criança na escola, amigos, preferências, etc. Converse!
• Faça atividades em família nos fins de semana, como idas ao parque, jogos em casa, passeios a pé, entre outros
Lembre-se: pequenos gestos diários de atenção evitam grandes problemas no futuro, destaca a Educar.pt.
Fazer comparações negativas frequentes com irmãos, primos ou colegas gera enormes sentimentos de inferioridade, rejeição e baixa autoestima na criança.
Isso pode causar problemas emocionais e comportamentais graves, como depressão, ansiedade, agressividade ou até casos extremos de ‘bullying’ escolar.
Como evitar:
• Foque-se em elogiar e cultivar os pontos fortes individuais do seu filho
• Estimule-o e apoie-o a melhorar nos pontos fracos dele, não o compare
• Tenha expectativas realistas quanto à idade e estágio de desenvolvimento
• Explique que cada pessoa tem qualidades e defeitos únicos. Irmãos não são iguais.
Em vez de dizer “por que não tiras notas altas como o teu irmão?”, diga “és muito talentoso nas artes, continua a empenhar-te que vais melhorar também a matemática”.
Pais super protetores que resolvem todos os problemas e conflitos dos filhos dão lugar a crianças muito dependentes, sem iniciativa, inseguras e com dificuldade para lidar com frustrações.
A superproteção impede o desenvolvimento da resiliência e capacidade de se desenvencilhar sozinho. A criança não aprende a lidar com desafios e torna-se adulta insegura e infantilizada, alerta a mesma publicação.
Como evitar:
• Deixe a criança tentar resolver problemas simples sozinha antes de interferir
• Dê responsabilidades de acordo com a idade, como arrumar brinquedos ou fazer tarefas básicas
• Ensine desde cedo a lidar com frustrações e conflitos através do diálogo
• Esteja disponível para aconselhar, mas não resolver os problemas no lugar dela, já que, super proteger dá lugar à vitimização e a sentimentos de baixa autoestima. Equilibre proteção com estímulo à independência.
Pais que criticam demais a aparência, capacidade ou comportamento dos filhos dão lugar a crianças extremamente inseguras, com medo de errar ou tentar novas experiências.
Crianças criticadas com frequência tendem a ter autoestima muito baixa e grandes hipóteses de desenvolver ansiedade ou depressão. Elas tornam-se perfecionistas e não conseguem lidar com falhas, alerta a Educar.pt.
Assim,
• Seja cuidadoso com as palavras para não magoar a autoestima do seu filho
• Foque nos aspetos positivos e nos progressos da criança, por menores que sejam
• Faça críticas construtivas sobre o comportamento, não características da pessoa
• Tenha disciplina positiva: explique porque o comportamento está errado sem atacar o carácter
Em vez de dizer “que desenho horrível!”, diga “que fixe que estás a praticar desenho! Com mais treino o teu traço vai melhorar”.
Crianças que não recebem reconhecimento tendem a desanimar, achar que não são capazes e parar de tentar. Isso prejudica não só a auto-estima, mas também o próprio desenvolvimento de habilidades.
Como evitar:
• Valorize e elogie sinceramente cada pequeno progresso e esforço
• Recompense com privilégios extras quando atingir metas ou tiver bom comportamento
• Enfatize o orgulho pelo empenho, não apenas o resultado final
Lembre-se: elogios e recompensas por esforço, mais que por conquistas, motivam a criança a progredir, evidencia o mesmo artigo.
Por fim, a publicação regista que, «educar uma criança é um grande desafio cheio de oportunidades de errar. O importante é reconhecer os nossos equívocos e procurar melhorar a cada dia».
Se notar que comete alguns desses erros comuns, não se culpe! O primeiro passo é tomar consciência. Depois, foque-se em fazer pequenas mudanças progressivas na sua abordagem.
Lembre-se também de cuidar de si, ter paciência e pedir ajuda se precisar. Crianças aprendem mais com o nosso exemplo do que com as nossas palavras.
Para reverter danos, o ideal é procurar ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas infantis poderão avaliar cada caso e indicar intervenções personalizadas.
Quanto mais cedo procurar ajuda, melhores as hipóteses de reverter quadros já instalados de baixa autoestima, ansiedade, depressão, entre outros.
Aceite que os erros fazem parte da própria aprendizagem e que são um direito de quem aprende e que isso, aplica-se também aos pais, pelo que, o segredo é melhorar-se diariamente e corrigir o que está menos bem. Os filhos também nos dão muitas alegrias e, com amor e sorrisos, um trabalho em equipa, todos vão no mesmo sentido.