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Os 7 traumas de infância que mais nos afetam

Foto|Freepik
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De acordo com os psicólogos, há 7 traumas de infância que deixam marcas muito profundas no indivíduo e cujas consequências se arrastam pela vida fora.

Com os muitos avanços que a nossa sociedade tem conhecido, é possível assegurar que, alguém que passou por um trauma na infância, pode reconstruir a sua vida com alguma qualidade, mas para isso, é fundamental o apoio psicológico e o mais rápido possível.
 
Registam os especialistas que, a dimensão do trauma está relacionada com a idade em que ocorreu o episódio, a intensidade do mesmo, se a situação negativa foi com a criança ou com algum dos pais, que tipo de apoio recebeu, quem o praticou e que recursos a criança tinha ao seu dispor para se proteger. Ainda assim, a maioria dos traumas deixa cicatrizes e inclusive, pode alterar o funcionamento do cérebro, pelo que, as vítimas   precisam de um acompanhamento especializado, recomendam os entendidos nesta matéria.
 
De seguida, listamos os principais traumas que ocorrem na tenra idade e que deixam mais marcas nos adultos:
 
1. Abuso emocional
O abuso emocional é um dos traumas mais graves que ocorre  durante a infância. Tem a ver com ações como violência verbal continuada, falta de afeto, episódios de humilhação e desprezo, ofensas de vária ordem, comparações com outras crianças, depreciação das suas habilidades, chamar nomes, criticar injustamente e daí por diante.
 
2. Agressões físicas
Este é um tipo de abuso caracterizado por uma violência que pode ser tão exagerada que deixa marcas no corpo. O agressor, seja o pai ou a mãe, bate na criança de forma desmedida e desrespeitosa e deixa-a assustada, em muitos casos, ferida e com lesões no corpo. Estima-se que, pelo menos 1 em cada 20 pessoas foi agredida desta forma enquanto era criança. Segundo os especialistas, este tipo de abuso torna a criança (e posteriormente o adulto) mais vulnerável a agentes externos que podem precipitar uma doença mental ou física.
 
3. Abuso sexual
Outro dos traumas mais graves da infância é o abuso sexual. É uma experiência traumática que as crianças vivem como um atentado à sua integridade física e psicológica. As consequências deste tipo de abuso perduram por toda a vida. Nele estão incluídas todas e quaisquer condutas sexuais forçadas que invadam a integridade e a privacidade das crianças por parte de um adulto. Além disso, deve-se levar em consideração que qualquer comportamento sexual em relação a uma criança é punível por lei, com e sem contacto físico.
 
4. Negligência
O abuso por negligência ou descaso familiar tem a ver com a falta de proteção da criança, em relação às suas necessidades básicas ou potenciais riscos.  A privação de cuidados causa privação física, psicológica e social. As consequências disso dependem da intensidade do abandono e dos fatores de risco presentes no ambiente.
 
5. Mãe vítima de maus-tratos
Segundo os especialistas, as crianças que assistem a cenários de violência dentro de casa, em especial quando a mãe é vítima dessas agressões, têm uma maior predisposição para apresentarem problemas de saúde. Por norma, são crianças que desenvolvem transtornos de ansiedade e depressão e, tendencialmente vão viver cenários de violência na vida adulta, podendo ser vítimas ou agressoras. Geralmente são crianças que se sentem muito culpadas por não conseguirem ajudar a mãe, o que, em muitos casos , as torna tristes e apáticas.
 
6. Consumo de álcool ou outras drogas
Este também é considerado um trauma de infância grave na medida em que, uma criança que cresce com pais ou com um dos progenitores que é consumidor de álcool ou outras substâncias psicoativas, acaba por desenvolver uma conduta muito semelhante à dos pais e, em muitos casos, tornar-se também num jovem ou adulto consumidor. Ao mesmo tempo, estas crianças não recebem o amor, o carinho e o conforto de que necessitam devido ao ambiente tóxico em que estão inseridas, com pais que, praticamente vivem o seu vício e acabam por se esquecer das necessidades dos filhos que, tendencialmente sofrem de transtornos de humor e de saúde mental.
 
7. Prisão de um dos pais
As crianças que têm um dos pais na prisão não só perdem a possibilidade de ter um contacto regular com esse progenitor, como também apresentam níveis mais elevados de stress. Segundo os entendidos nesta matéria, estas crianças vivenciam uma constante sensação de perda, a par de uma enorme dificuldade em saberem qual é a conduta de vida mais correta e quem é a sua figura de autoridade. É muito confuso para uma criança entender a razão pela qual o pai ou a mãe estão detidos, que não cumpriram as regras sociais e que não estão presentes no seu quotidiano para lhes dar amor e afeto. A situação agrava-se na escola e no contacto com outras crianças ou jovens, sublinham os especialistas, acrescentando que, estes miúdos podem apresentar distúrbios de apego, sintomas de stress pós-traumático ou déficit de atenção.
 
É de sublinhar que, uma pessoa que tenha passado por um trauma de infância grave, que pode até não se enquadrar em nenhum dos apresentados, mas igualmente ser um foco de dor e de muito sofrimento, necessita de um acompanhamento terapêutico especializado para que possa aprender a conhecer-se melhor, a lidar com a situação que lhe ocorreu e a encontrar-se no meio de tanto sofrimento, pelo que se recomenda o apoio de um psicólogo e, em casos mais graves, de um psiquiatra.
 
Fátima Fernandes