O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos defendeu hoje uma investigação rápida aos alegados erros e casos de negligência no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, para garantir a segurança dos doentes.
Paulo Simões deslocou-se hoje ao Hospital de Faro “para ouvir o que havia a reportar” sobre o funcionamento do serviço de Cirurgia geral, na sequência de denúncias feitas por uma médica interna à Polícia Judiciária.
O responsável disse aos jornalistas que o objetivo da visita foi o de “fazer uma primeira auscultação” para perceber o que é que se passa com o serviço do ponto de vista da organização.
Ao mesmo tempo, a deslocação permitiu falar com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), com a direção clínica, na perspetiva do ponto de vista de gestão, e com todos os médicos do serviço, quer os especialistas, quer os internos.
“O que pretendemos é que isto seja rapidamente investigado e concluído para se poder promover […] a segurança em relação aos doentes […] e, por outro lado, a confiança que é também necessária instalar, se assim for, identificando as situações que estão menos bem ou aquelas que necessitam de alguma correção”, notou.
O responsável adiantou que no encontro obteve mais informação que “irá ser reportada para uma reunião” com a comissão de médicos independentes.
A criação de uma comissão técnico-científica de peritos, médicos independentes, para avaliar os alegados erros e casos de negligência no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, foi anunciada na passada terça-feira pela Ordem dos Médicos.
Na segunda-feira, o Ministério Público (MP) anunciou a instauração de um processo para averiguar as denuncias feitas pela médica interna Diana Pereira, sobre casos ocorridos entre janeiro e março deste ano com 11 doentes, dos quais “três morreram, dois estão internados nos cuidados intermédios” e os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico.
Lusa