Economia

Orçamento da Câmara de Lagos perto dos 100 milhões. Habitação e recursos hídricos são prioridade

 
A Câmara Municipal de Lagos aprovou o orçamento para 2024, que foi remetido para discussão e aprovação da Assembleia Municipal.

O documento prevê um montante global inicial de receita e despesa de quase 100 milhões de euros, a aplicar prioritariamente nas áreas do abastecimento de água e habitação, mas também nos projetos inseridos nas componentes da proteção do meio ambiente e conservação da natureza, cultura, administração geral e industria e energia, anunciou esta segunda-feira autarquia em comunicado.
 
Para o município, a proposta é justificada com base "na incerteza do cenário macroeconómico, nas consequências dos conflitos na Europa do leste e na Palestina e Médio Oriente, nos desafios da adaptação às alterações climáticas, na conjuntura nacional, mas também nas oportunidades de financiamento decorrentes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Programa 2030". 
 
Com um orçamento de 98 093 700,00€, que representa mais 15% face ao orçamento inicial aprovado para 2023, o município prevê gastar cerca de 52% em despesas correntes e 48% em despesas de capital. De acordo com o Plano Plurianual de Investimentos (PPI), dos programas, projetos e ações que, em 2024, irão absorver mais recursos financeiros, está o abastecimento de água e a habitação (com cerca de 7,6 e 6,4 milhões de euros, respetivamente), seguindo-se a proteção do meio ambiente e conservação da natureza (4,89 milhões), a Cultura (4,89 milhões), a administração geral (4,3 milhões) e a industria e energia (4,4 milhões). O somatório do investimento nestas seis grandes áreas representa mais de 32 milhões de euros, ou seja, 72% do PPI para 2024 e 33% da despesa total do município.
 
Na habitação, o Município diz que o "esforço" será direcionado para aumentar a oferta habitacional e reabilitar as urbanizações municipais existentes, nomeadamente ao nível da sua eficiência energética. O aumento do número de fogos a construir, que passa de 153 para 260, é o ponto de partida dessa revisão. Em 2024 a autarquia irá proceder à entrega do primeiro lote de 47 novos fogos, parte dos quais já concluídos e outros em desenvolvimento, como é o caso dos 6 fogos a edificar em Barão de São João e 12 em Lagos (Cerca do Cemitério). Serão ainda lançadas empreitadas para a concretização dos projetos de 24 fogos no Chinicato, 21 fogos em Santo Amaro e 104 fogos na CHESGAL. Em paralelo, o município prevê concluir e aprovar a Carta Municipal de Habitação.
 
Quanto aos recursos hídricos, estão previstos "avultados investimentos" a terem lugar no diagnóstico permanente do estado das infraestruturas, na conservação e manutenção dos reservatórios, na avaliação e combate à intrusão salina na rede de esgotos, na implementação do projeto de “Implementação de Zonas de Medição e Controlo” (que visa a redução de perdas de água no concelho e tem financiamento comunitário aprovado no âmbito do PRR), na renovação de redes de água de abastecimento e na adoção de tecnologias de informação ao serviço da eficiência dos sistemas.
 
Sobre outros projetos incluidos nas grandes opções do plano e orçamento para 2024, a autarquia sublinha, ainda, as intervenções nos edifícios escolares (nomeadamente de 2.º e 3.º ciclo); a ampliação e requalificação do Centro de Saúde, bem como a construção da nova unidade de ambulatório de alta resolução, com equipamentos para rastreio e diagnóstico precoce de doenças (ambas com financiamento pelo PRR); a implementação do Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas e do Plano de Gestão da Estrutura Verde Urbana; a estabilização das arribas da Praia D. Ana e do Pinhão, a reabilitação das margens da Ribeira de Bensafrim e a requalificação dos acessos pedonais e áreas de estacionamento junto às praias, a iniciar com o passeio marítimo da Meia Praia; a concretização do projeto “Áreas de Acolhimento Empresarial de Nova Geração” (igualmente contemplada no âmbito do PRR); a 3.ª fase do Anel Verde (Parque da Cidade); a requalificação do espaço público do centro histórico de Lagos e a requalificação urbana da área de São Sebastião; a reconversão do parque de freiras num complexo desportivo de saúde e bem-estar e o estudo para um novo campo de feiras; a ampliação do Museu Municipal de Lagos, com a criação da ala de arqueologia, do centro de documentação e uma sala de exposições temporárias; a requalificação do património edificado, com destaque para as muralhas de Lagos, a Igreja de São Sebastião e o Núcleo do Museu Nacional Ferroviário, a concretizar em parceria com as respetivas tutelas; a ampliação da rede de trilhos panorâmicos costeiros, com a requalificação do troço entre Lagos e a Luz; a reabilitação da Biblioteca Municipal Dr. Júlio Dantas; a par de ações de intervenção social, dinamização cultural, desportiva e recreativa, informação e sensibilização, para além dos serviços de atendimento geral e especializado, conclui.