A segunda fase do projeto habitacional do município de Olhão, num total de 36.000 m2 de construção e 15.000 m2 de caves destinadas a estacionamento e arrecadações, vai "nascer" no centro da cidade, próximo da estação ferroviária. Serão 280 fogos habitacionais, essencialmente para arrendamento municipal com rendas acessíveis na ordem dos 350 euros, (preços atuais) para um T2.
O presidente da câmara explicou numa visita ao local, que o investimento a ser feito pela empresa municipal Fesnima, chegará aos 35 milhões de euros. O autarca referiu que entre o financiamento do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e o valor das rendas, «o investimento será autossustentável», com um prazo de liquidação de 30 anos.
O projeto junta-se assim à primeira fase de construção de habitação a custos controlados, situada noutra ponta da cidade, na Freguesia de Quelfes, que contempla 54 fogos já em execução. Dos três blocos de apartamentos, um terço está embargado, por litígio com o proprietário de um terreno junto ao novo edifício.
Relativamente à segunda fase do projeto, [280 fogos], António Pina adiantou ao Algarve Primeiro que «é o grande desafio deste mandato», onde se incluem prédios com varandas e dois níveis de estacionamento, um para todas as habitações e um segundo nível para estacionamento público. «Toda a zona envolvente que foi construída nas décadas de 70 e 80, a maior parte não tem estacionamento. Além deste aspeto, o projeto MetroBus que está a ser desenvolvido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve - CCDR, que ligará Olhão, Faro e Loulé, a perspetiva é que a linha saia desta zona, antevendo que este modo de transporte seja utilizado, se as pessoas tiverem fácil acesso e estacionamento, por isso, faremos este esforço adicional do município ou de um parceiro privado que o queira explorar».
Todos os edifícios vão ter lojas no rés-do-chão: «não queremos que seja apenas um espaço dormitório, mas que tenha vida durante o dia com o pequeno comércio e algumas das sedes sociais dos clubes».
António Pina revelou que entre junho e julho deverá ser entregue o projeto de arquitetura e que até ao final do ano as especialidades, «a existência de dois níveis de estacionamento, vai aumentar a complexidade do projeto e depois as questões energéticas também, porque para ser financiado pelo PRR é preciso ter uma classe energética A+, o que obriga a que estas novas habitações sejam mais eficientes energeticamente do que a maioria do edificado que existe no concelho, mas esta eficiência custa, daí o projeto levar algum tempo porque tem de ser muito bem afinado para chegar a este nível de eficiência energética e sem o exagero dos custos de construção», advertiu.
O concurso será lançado entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2023. O arranque da obra deverá acontecer no último trimestre desse ano, com o prazo de conclusão estimado para o final do mandato.