Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da iniciativa, Daniela Fazenda, disse que o Observatório, que vai ser apresentado na Universidade do Algarve, em Faro, pretende ser um espaço de articulação entre a ciência e as empresas, visando “colocar a sustentabilidade no centro do desenvolvimento económico”.
“Aproveitámos a oportunidade para lançar uma plataforma e alargar a nossa rede, com base na normativa europeia Ambiental, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês) e que vai passar a estar no nosso dia a dia”, apontou.
A normativa ESG inclui um conjunto de critérios que avaliam o desempenho de uma empresa em termos de sustentabilidade, responsabilidade social e gestão.
De acordo com Daniela Fazenda, o lançamento do observatório foi pensado por não existir uma categorização da indústria, sendo a normativa obrigada a ser implementada a partir de 2026 pelo volume de negócios das empresas.
O Observatório Marinho do Algarve, adiantou, “surgiu para ser um espaço de articulação entre investigadores da área marinha e empresas, principalmente com ligação ao turismo, incentivando a colaborações estratégicas que contribuam para a sustentabilidade das empresas e a proteção dos ecossistemas marinhos do Algarve”.
A primeira fase de atuação, referiu, inclui parcerias com os grupos hoteleiros para desenvolver soluções sustentáveis alinhadas com os desafios ambientais atuais.
“O nosso alvo inicial vai ser a hotelaria, porque é uma indústria do turismo com grande envolvimento com o mar”, realçou.
Além disso, acrescentou, todas as outras empresas “podem beneficiar do conhecimento e da ciência que o CCMAR já tem e que coloca à disposição de cada um, conforme as suas necessidades de intervenção”.
Para chegar às empresas, a responsável disse que foram definidas cinco vias: o projeto Chave na Mão, com medidas que já existem em carteira, entre as quais a gestão de resíduos, da água, problemas com a relva e inclusão de algas na gastronomia; o suporte à investigação, com os projetos que temos a decorrer; a formação, como por exemplo, os peixes que apresentam nos menus e a costa marítima.
As outras duas vias, explicou, são a ciência cidadã, com a disponibilização de todas as peças de trabalho existentes em carteira, como filmes, exposições e atividades viradas para o cidadão e, por último, a parte da ação coletiva.
O Observatório Marinho do Algarve conta já com o envolvimento de investidores, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e encontra-se em processo de candidatura ao selo Década dos Oceanos das Nações Unidas.
“Pretendemos reforçar o compromisso em posicionar o Algarve como um modelo de economia azul e turismo responsável”, concluiu Daniela Fazenda.
Lusa