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O que se esconde atrás da depressão

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A OMS – Organização Mundial de Saúde estima que, 1 em cada 4 mulheres pode sofrer uma crise de depressão e que, 1 em cada 10 homens pode padecer desta condição ao longo da vida.

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O mesmo organismo alerta para o facto de as crianças também poderem ter uma crise de depressão ao longo do seu processo de desenvolvimento e que, a doença pode apresentar-se de forma grave ou ligeira, mas em qualquer uma delas, «é encarada como a patologia mais incapacitante que o ser humano pode experimentar».

Num artigo especializado, a CUF explica que, a depressão constitui uma patologia que pode passar despercebida, uma vez que os seus sintomas podem ser atribuídos a outras causas (como doenças físicas ou stress).

É importante perceber que todos podem estar tristes, mas que esses sentimentos duram pouco tempo, pelo contrário, na depressão ocorre interferência com as atividades do dia-a-dia associadas a um sofrimento intenso. Como tal, a depressão, embora comum, é uma doença grave, alerta.

A depressão é uma perturbação do humor que não deve ser confundida com sentimentos de tristeza, geralmente reativos a acontecimentos da vida, temporários e que, de um modo geral, não são incompatíveis com uma vida normal. Pode apresentar diferentes formas e graus de gravidade e os seus sintomas podem prolongar-se no tempo, podendo incluir:

Sentimentos de tristeza e aborrecimento

Sensações de irritabilidade, tensão ou agitação

Sensações de aflição, preocupação, receios infundados e insegurança

Diminuição da energia, fadiga e lentidão

Perda de interesse e prazer nas atividades diárias

Perturbação do sono e do desejo sexual

Variações significativas do peso por perturbações do apetite

Sentimentos de culpa e de autodesvalorização

Alterações da concentração, memória e raciocínio

Sintomas físicos não devidos a outra doença (dores de cabeça, perturbações digestivas, dor crónica, mal-estar geral)

Ideias de morte e tentativas de suicídio

De acordo com a CUF, a depressão afeta de modo significativo o rendimento no trabalho, a vida familiar e escolar e todas as atividades do doente, causando grande sofrimento.

Nas formas mais graves, os sintomas podem surgir sem relação aparente com acontecimentos traumáticos da vida e duram diversos meses.

Nas formas mais ligeiras, a intensidade dos sintomas é menor e permite a manutenção das atividades diárias, embora esteja presente a sensação de fadiga, tristeza e desinteresse, e tende a prolongar-se durante anos.

Em alguns casos, a depressão não se manifesta sob a forma de tristeza, mas através de sintomas como a fadiga, dores inespecíficas, sensação de opressão no peito, insónias, perturbações digestivas (náuseas, vómitos, diarreia), o que coloca a hipótese de uma doença diferente, dificultando e retardando o diagnóstico.

A depressão pode fazer parte da doença bipolar, na qual ocorrem episódios de depressão alternados com períodos de excitação e euforia. Nas fases eufóricas, a autoestima dos doentes está muito elevada com perda da noção da realidade, podendo ocorrer gastos excessivos e a realização de negócios impossíveis.

De um modo geral, a depressão resulta de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos:

Os acontecimentos traumáticos da vida contribuem para o aparecimento da depressão, podendo funcionar como desencadeantes ou facilitadores de episódios depressivos.

O tipo de personalidade e a forma como cada indivíduo lida com os problemas também se associa a uma maior ou menor predisposição para a depressão.

De acordo com o mesmo artigo da CUF, o tratamento é importante de modo a que a depressão não se prolongue e se agrave. Se os sintomas não forem reconhecidos como fazendo parte de uma doença, a avaliação negativa feita pelos outros tenderá a acentuar a fraca imagem pessoal e a reduzida autoestima.

O suicídio é uma possibilidade que não deve ser esquecida e o tratamento é essencial para reduzir esse risco e permitir a melhoria dos sintomas da depressão, alerta o mesmo apontamento da Cuf.

Existem diversos tratamentos possíveis para a depressão, incluindo-se os medicamentos antidepressivos e a psicoterapia, que deverão ser escolhidos pelo médico de forma individualizada. De um modo geral, são tratamentos que devem ser prolongados durante um período de tempo significativo de modo a serem eficazes.

O suporte familiar e social é um complemento importante do tratamento selecionado pelo médico.

O prognóstico da depressão é bom e depende essencialmente do tratamento instituído e de um adequado controlo de todos os fatores de risco presentes em cada caso.

A publicação diz ainda que, em bora não seja possível prevenir a depressão, existem alguns hábitos de vida que pode adotar para a manutenção da sua saúde mental:

Encontrar formas de gerir o stress e melhorar a autoestima.

Cuidar bem de si: dormir o suficiente, adotar uma alimentação saudável e praticar exercício físico com regularidade.

Procurar apoio na família e amigos nas alturas mais difíceis.

Fazer consultas de rotina com regularidade e consultar o seu médico assistente se não se sentir bem.

Procurar ajuda se se sentir deprimido; não espere, pois poderá piorar a situação, recomenda.