O autoconhecimento é uma importante ferramenta que nos ajuda a impulsionar o desenvolvimento pessoal.
Conhecer-nos, entendermos quem somos, descobrir de onde viemos e como funcionamos, é fundamental para vivermos melhor e para mudarmos aquilo de que menos gostamos em nós próprios.
É importante evidenciar que existem muitas técnicas que nos ajudam a descobrir quem somos e que, como o ser humano é dinâmico e passa por inúmeras transformações ao longo do seu percurso, não se pode considerar como estáticas as estratégias de autoconhecimento. Assim, em cada etapa de vida vamos adequando aquilo que mais se encaixa no que necessitamos.
Comece por seguir estas linhas de orientação:
1.Qual é o seu temperamento?
Esta é uma das primeiras questões a serem colocadas para quem se quer conhecer. O temperamento acompanha-nos desde que nascemos e determina a forma como reagimos e enfrentamos as situações. Segundo os psicólogos, foram descritos três tipos de temperamento nos bebés: fácil, difícil e lento, sendo que, cada um descreve tendências como maior ou menor adaptabilidade, o humor predominante, o nível de atividade, a tendência para explorar o ambiente e para se libertar ou inibir.
Embora estas características se refiram à primeira infância, o temperamento é uma tendência relativamente estável, pelo que , uma pessoa que não faça um trabalho pessoal de autoconhecimento, poderá estar a manter esses traços típicos de imaturidade infantil. Procure conhecer-se, aceitar e assumir o que está a fazer e, a partir daí, terá uma nova palavra a dizer a si mesmo, recomendam os entendidos.
2.Qual é o seu tipo de apego?
Este é o segundo passo do processo e é muito importante porque revela a forma como nos relacionamos com os demais.
Dependendo do grau de confiança que conseguimos construir em nós mesmos e nos outros, assim será a forma como sentimos, pensamos e nos comportamos.
Segundo os entendidos, existem quatro estilos principais de apego, que surgem a partir do vínculo estabelecido com os cuidadores primários na infância. Um apego seguro permite-nos criar laços de interdependência e desenvolver relacionamentos saudáveis. Nos outros três casos (apego ansioso, evitativo e desorganizado) podem haver dificuldades de vária ordem que interferem na nossa vida diária. Quer isto dizer que, se não trabalharmos mais este aspeto da nossa infância, carregaremos muitos problemas e sofrimento na idade adulta, no entanto, nunca é tarde para iniciar o processo de autoconhecimento, pois à medida que o mesmo se vai revelando, vamos compreendendo a realidade numa nova perspetiva e dando lugar a novas formas de atuação.
3.Consegue descrever os seus valores?
Os valores pessoais, éticos e morais são os que orientam as decisões e atos de uma pessoa. São eles que determinam como se posiciona diante do mundo, o que defende, por que advoga e com o que se identifica, por isso, são de extrema importância. No entanto, nem sempre temos essa clareza acerca das nossas linhas de orientação que representam as nossas prioridades, por isso, torna-se fundamental que os conheçamos para que saibamos a melhor forma de agir nas mais variadas situações. Ao não conhecermos por exemplo qual a melhor forma de resolver um conflito com quem amamos, ao termos dificuldade em saber se devemos ou não perdoar uma pessoa ou a traição de um amigo, podemos viver muitos momentos de desconforto.
4.Qual é a sua definição de sucesso?
Para alcançar o autoconhecimento também é importante que saiba o que o sucesso significa para si. Neste sentido, é essencial ter em conta que, muitos dos objetivos que guardamos não são nossos, mas sim oriundos da influência dos demais na nossa vida. Encontrar o nosso verdadeiro sentido para o sucesso ajuda-nos a construir um percurso, um propósito, desafios e, acima de tudo, a orientar-nos para que encontremos a plenitude. Será que o leitor quer mesmo chegar ao topo da sua carreira? É crucial para si ser o melhor funcionário da empresa? Sente-se realizado com a sua profissão? Ganhar mais dinheiro é a sua base de vida? Ter filhos é a sua prioridade de vida? A sua realização pessoal está associada ao casamento? O que faria se obtivesse muito dinheiro? Procure responder a estas questões e aproxime-se do seu propósito, sugerem os especialistas, anotando a importância de o fazer sem pensar naquilo que os outros esperam de nós e sem nos recordamos daquilo que definiram para a nossa vida, porque esse conjunto de ideias, na maior parte das vezes, não se ajusta ao que somos e sentimos.
5.Tem emoções estagnadas?
Um dos pontos mais relevantes no que se refere ao desenvolvimento pessoal é perceber se estamos estagnados em termos emocionais e se temos feridas abertas. Estas feridas podem estar ligadas à infância, aos pais e outros familiares, à escola, aos professores, aos colegas e, mais tarde, ao trabalho, ao casamento ou a qualquer outro contexto de vida, mas é essencial identificá-las para que possamos progredir no nosso processo de autoconhecimento e de desenvolvimento pessoal, sob pena de estagnarmos e de nos acomodarmos ao sofrimento ou à vida de “faz de conta” que está tudo bem, quando no fundo, há muitas emoções dolorosas para trabalhar, o que o vai ajudar a iniciar um processo de mudança que seguramente o vai ajudar a viver melhor; sobretudo com mais paz e bem-estar interior.
Como já foi referido, o autoconhecimento é um processo gradual, que se prolonga no tempo e que nos permite libertar de muitos pesos do passado.
Ao sabermos quem somos e aquilo com que podemos contar em nós próprios, certamente que vamos conseguir orientar muito melhor as nossas ações e sentimentos.
Uma técnica que também ajuda muito neste processo é o acompanhamento psicológico e os testes de personalidade, concluem os entendidos.