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O que é pior: o açúcar ou o sal?

O que é pior: o açúcar ou o sal?
O que é pior: o açúcar ou o sal?  
Foto - Freepik
Todos já ouvimos dizer que o sal em excesso é prejudicial e que o açúcar faz mal à saúde, mas afinal qual é o mais agressivo?

O consumo excessivo de açúcar e sal tem sido associado há muitos anos a uma ampla variedade de doenças. Atualmente, é aconselhável limitar o seu consumo como parte de uma série de medidas para promover o bem-estar.
 
Segundo a ciência, o consumo excessivo de sal tem sido associado à aterosclerose e ao aumento da tensão arterial. Contudo, os artigos mais recentes, como um publicado no The American Journal of Medicine, duvidam cada vez mais dessa relação.
 
O sal é um elemento necessário à vida e para a transmissão do impulso nervoso. Ao contrário do açúcar, há uma quantidade mínima que deve ser consumida para que as funções vitais se desenvolvam adequadamente.
 
O corpo não está preparado para sintetizar o sal endogenamente. É necessário consumi-lo através da dieta e o seu déficit pode estar relacionado a diferentes complicações, algumas delas relacionadas à tiroide e às suas patologias. A Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão diária de 6 gramas de sal como forma de assegurar a quantidade necessária, no entanto, são muitas as pessoas que ultrapassam grandemente este número, alertam os cientistas.
 
Segundo o artigo, os problemas anteriormente relacionados ao consumo de sal, estão muito mais associados a um estilo de vida inadequado. Obesidade, sedentarismo e dietas hipercalóricas promovem a arteriosclerose. Além disso, a tensão arterial também pode sofrer alterações devido a esse estilo de vida prejudicial e ao facto de excedermos o consumo de sal indicado.
 
Embora seja importante evitar a ingestão excessiva de sal, é fundamental ingerir uma quantidade mínima para que algumas funções vitais se desenvolvam adequadamente, realçam os especialistas.
 
Relativamente ao açúcar, pode afirmar-se que, este é um dos ingredientes favoritos da indústria e que, o seu consumo tem-se alterado muito nos últimos anos.
 
Pela sua contribuição de sabor e textura, aparece em grande parte dos alimentos industrializados. A OMS não define uma quantidade mínima necessária, mas a quantidade máxima recomendada.
 
O açúcar é formado principalmente pela glicose, substância necessária para a vida e para o metabolismo energético. No entanto, é um nutriente que o próprio corpo é capaz de sintetizar a partir de proteínas e ácidos gordos, portanto, não é essencial e, de acordo com os entendidos, não restam dúvidas de que se consome este produto em excesso, o que se reflete na obesidade, na presença de Diabetes e em muitos tipos de cancro, destaca um estudo publicado na revista PLoS One .
 
Perante estes dados, pode afirmar-se que, «o açúcar é mais prejudicial para a saúde devido à sua condição de nutriente não essencial e à sua clara relação com diversas doenças». Quer isto dizer que, qualquer um de nós poderia abdicar do consumo de açúcar e que os atletas de alta competição precisariam de uma pequena quantidade para obterem um melhor desempenho. Perante isto, podemos avaliar bem a quantidade de açúcar em excesso que consumimos, alertam os cientistas.
 
Ao retirarmos o açúcar da nossa dieta estaríamos a prevenir a diabetes, a obesidade e muitos problemas cardíacos, sem esquecer que, muitos cancros associados ao sistema digestivo deixariam de ser tão frequentes e agressivos.
 
O alto consumo de açúcar também está associado a um risco aumentado de doenças crónicas. É pior que o sal, uma vez que não é essencial e a sua eliminação da dieta produz muitos benefícios.
 
Relatam os cientistas que, um dos principais problemas que sentimos com a redução da ingestão de açúcar é o facto de o nosso paladar já estar muito habituado e, em muitos casos, dependente do sabor doce, pelo que, a primeira regra será substituir os produtos industrializados pelos confecionados em casa com recurso a menores quantidades de açúcar e, aos poucos, utilizar frutas e sabores mais agradáveis e saudáveis para compensar a falta desse ingrediente. Pode começar pelo mel, pelo recurso a frutas mais açucaradas e, depois utilizar uma vasta gama de legumes e frutos que temos ao nosso dispor a seu gosto sem necessitar de adicionar açúcar, recomendam.
 
Também deve evitar os produtos industrializados que possuem muito açúcar e optar por confecionar os seus pratos em casa com alimentos frescos. Dessa forma, não só estará a reduzir significativamente o açúcar na sua dieta como a desabituar-se desse paladar doce.
 
Comece por exemplo por experimentar chocolate negro (72%) e verá que, em pouco tempo já não consegue consumir o de leite. Faça o mesmo desafio para os restantes doces que consome regularmente e, quando se aperceber já não estará dependente do açúcar e passará a optar por soluções mais saudáveis.
 
É ainda fundamental que «aprenda a resistir às tentações, uma vez que, por todo o lado, estão à venda produtos açucarados, em muitos casos, mais baratos e fáceis de consumir, mas que são nocivos à saúde».
 
Quanto ao sal, para cumprir os 6 gramas recomendados diariamente, opte pela utilização de ervas aromáticas, sendo que, pode pesquisar a vasta gama que tem ao seu dispor. Também é natural que estranhe no início e que até sinta alguma dificuldade em fazer refeições em locais onde o sal seja usado em excesso, por isso, faça as suas refeições o mais possível e ganhe mais saúde e qualidade de vida.
 
Evite ou suprima os embalados e com datas muito longas de validade que naturalmente possuem muito sal e açúcar, tal como os enlatados, a salsicharia, a charcutaria, os refrigerantes e toda a gama de alimentos de fácil confeção e, não se esqueça de verificar os rótulos dos alimentos. Não compre produtos com nutrientes que desconhece, aconselham.