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O que deve saber sobre o passado sexual de uma pessoa

O que deve saber sobre o passado sexual de uma pessoa
O que deve saber sobre o passado sexual de uma pessoa  
Foto - Freepik
O passado sexual de uma pessoa não lhe define o valor como ser humano e não deve ser usado para julgá-la ou discriminá-la.

Segundo António Soares, “O passado sexual de uma pessoa é parte integrante da sua história individual e pode ser um percurso de autodescoberta, aprendizagem e crescimento, que merece ser tratado com empatia e compreensão.”
 
Por muito que a história de vida de uma pessoa pertença à sua privacidade, é importante que nos sintamos à vontade com alguém para podermos falar acerca das nossas experiências, frustrações, conquistas e alegrias, uma vez que, esses desabafos aproximam muito os parceiros e, ao mesmo tempo, ajudam a prevenir doenças.
 
Cada ser humano vive a sua sexualidade da forma que quiser, desde que o faça de maneira consensual e respeitando os direitos e a integridade dos outros. Quando amamos alguém e queremos aprofundar uma relação que se quer íntima e próxima, devemos ser capazes de ouvir, aceitar e respeitar os seus relatos para que possamos também fazer as nossas confidências.
 
Segundo os especialistas na área da psicologia e terapia de casal, torna-se relevante considerar estas informações:
 
1. Doenças sexualmente transmissíveis
 
Uma das informações relevantes sobre o passado íntimo de uma pessoa é saber se ela teve ou tem alguma doença sexualmente transmissível (DST), na medida em que a mesma pode afetá-la e prejudicar também a pessoa com quem se vai envolver de forma física, mas também mental.
 
Conhecendo essa informação, é possível aplicar medidas preventivas para evitar o contágio e proteger a saúde do atual ou futuro parceiro.
 
O histórico de DST ou SIDA, ajuda a tomar decisões conscientes sobre a saúde sexual e o uso de anticoncepcionais. Por exemplo, alguns diagnósticos diminuem a eficácia de certos métodos, aumentando, assim, o risco de uma gravidez indesejada.
 
2. Histórico de abuso sexual
 
Pessoas que foram vítimas de algum tipo de abuso na infância e/ou adolescência, apresentam uma maior dificuldade em estabelecer laços afetivos, em confiar, em entregar-se a uma relação, pelo que requerem mais cuidado e atenção por parte do parceiro.
 
3. Preferências e orientação sexual
 
Conhecer a orientação e as preferências sexuais de uma pessoa é essencial para um relacionamento romântico ou sexual, pois permite estabelecer limites e expectativas, ao mesmo tempo em que se desperta o desejo, a criatividade e se pode dar e receber mais prazer.
 
4. Comportamentos de risco
 
É importante saber se uma pessoa se envolveu em comportamentos sexuais de risco, como relações sexuais desprotegidas, envolvimento em práticas sexuais de risco ou múltiplos parceiros em curtos períodos de tempo. Estar ciente ajuda a avaliar o risco de DSTs e outras complicações.
 
Da mesma forma, é relevante avaliar a necessidade de realização de determinados exames, como o de HIV, ou tomar medidas como a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) ou outras que o médico considere necessárias.
 
5. Gravidez ou paternidade no passado
 
O passado sexual inclui a existência de gestações ou paternidades anteriores. Esses dados são importantes num relacionamento para entender a situação pessoal e familiar em que alguém se encontra. Além disso, fornece informação sobre outros aspectos, como responsabilidade financeira, situação jurídica e identidade.
 
Naturalmente que, não existindo um interesse genuíno em aprofundar uma relação com uma pessoa, não havendo disponibilidade para partilhar a intimidade, pode afirmar-se que estas confidências devem permanecer na privacidade de cada um, no entanto, quando se vive uma relação ocasional, devem ser tomadas as medidas preventivas para evitar não só uma gravidez indesejada, mas também o risco de contrair uma doença, advertem os especialistas recordando que uma sexualidade inconsciente e irresponsável, pode custar-nos a própria vida.