Política

No balanço das eleições, CDS-PP diz que houve "falta de compromisso com os algarvios" nos Governos PS

 
A Comissão Política Distrital de Faro do CDS-PP reuniu no dia 16 de março numa unidade hoteleira, em Albufeira, para fazer o balanço da campanha eleitoral e resultados da coligação da AD no Algarve.

Num comunicado, o CDS-PP aponta como principais responsáveis pelos resultados das eleições de 10 de março "a falta de capacidade de trabalho e a falta de compromisso que os últimos governos e deputados socialistas tiveram para com os algarvios". 
 
A AD, que integra o PPD/PSD, o CDS-PP e o PPM, assim como o PS assumiram que não conseguiram captar o descontentamento dos algarvios, que durante anos se abstiveram de votar "e que agora se capitalizou noutros partidos".
 
O CDS-PP congratula-se por ter contribuído para a eleição de três deputados da AD pelo Algarve. O partido diz que há "muito trabalho pela frente e grandes desafios, pois o Algarve é uma das regiões com maior desigualdade entre ricos e pobres, em que a pobreza está acima da média: 19% dos algarvios viviam com menos de 591 euros por mês em 2022".
 
Os democratas cristãos referem que o Algarve é das regiões que tem menos habilitações disponíveis, mais desigualdades sociais, mais imigração e trabalho precário, em que um quarto da população tem nacionalidade estrangeira. Relativamente à imigração, o CDS considera que a mesma deve ser controlada "e todos aqueles que vêm para trabalhar devem ser bem recebidos e integrados, sob pena das taxas de criminalidade continuarem a crescer e se tornarem em taxas de criminalidade violenta e descontrolada, pondo em causa inclusive a segurança dos nossos filhos, que frequentam as escolas públicas", evidencia. 
 
O partido defende uma escola "muito mais segura, assente em regras e avaliações que potenciem a aquisição do conhecimento com professores satisfeitos com a sua profissão, em número suficiente, "para, por um lado, garantir segurança aos pais e por outro lado, exigir responsabilidade às famílias pela educação dos seus filhos".
 
O CDS-PP entende que as faltas no acesso à habitação e a uma rede de transportes intermunicipais está a limitar a contratação e fixação de pessoas e de mão-de-obra qualificada. Defende investimento urgente na agricultura e na pesca, "essenciais à região, sob pena de ficarmos ainda mais dependentes do turismo e do setor público".
 
Sobre a desertificação do Barrocal algarvio, com fecho de escolas, serviços e empresas, "têm deixado as populações do interior cada vez mais à sua sorte". Situação que é agravada, segundo o CDS, pela falta de transportes públicos, pela falta de acesso às redes de comunicações e internet, dando os casos da Fóia e das Serras de Monchique e Caldeirão.
 
O partido aponta que a meta passa por convergir as pensões mínimas, ao ordenado mínimo nacional. O serviço social de proximidade à população tem de estar apto a apoiar algarvios em situação de risco, “evitandos guetos sociais de alta densidade" e "garantir que nenhum idoso é deixado ao abandono nas suas casas, seja por falta de ascendentes ou descentes ou por mesmo por solidão". 
 
Aumentar a fiscalização e a capacidade integrada de lares e estabelecimentos de reabilitação, melhorar a saúde preventiva e o novo hospital central e universitário do Algarve, "tem de acontecer já", lê-se no comunicado. 
 
Sobre a questão da seca, o CDS diz que a falta de água é responsabilidade dos governos anteriores "e essencialmente deste último governo socialista – abandonaram-nos à sorte de S. Pedro".
 
A aposta no ensino superior e qualificação profissional, como o desenvolvimento científico e tecnológico, "são essenciais para atrair jovens para estudar e se fixarem no Algarve", defende ainda o partido, referindo que é "obrigatório" aumentar o número de creches e vagas para crianças, estendendo essa gratuidade a todas as crianças até aos 6 anos.