Ambiente

Moradores voltam a exigir fim dos fumos emitidos por fábrica da cortiça de Silves

 
Os moradores em Vale da Lama, no concelho de Silves, voltaram hoje a exigir o fim da emissão dos fumos da fábrica da cortiça local do Grupo Amorim, contestando os sucessivos adiamentos para a resolução do problema.

“As várias dezenas de moradores estão a perder a confiança na empresa, depois de esta se ter comprometido a resolver o problema em 2023”, disse à Lusa Nuno Neves, porta-voz dos moradores, no final de uma reunião na Câmara de Silves.
 
Os moradores, que se constituíram num movimento cívico designado “Os Vizinhos da fábrica”, alegam que a Corticeira Amorim Cork Insulation não cumpriu o plano apresentado à Câmara Municipal e à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, para a eliminação dos fumos até final de agosto de 2023.
 
A emissão de fumos e o ruído da fábrica dedicada à produção de aglomerados de isolamento de cortiça e instalada no Vale da Lama têm motivado queixas dos moradores há vários anos.
 
De acordo com Nuno Neves, a empresa comprometeu-se hoje - em mais uma reunião periódica com a CCDR, a Câmara de Silves e os moradores - “a acabar com os fumos até junho de 2025”.
 
“A empresa alegou problemas na instalação dos filtros especiais para o fim dos fumos, mas deixou a promessa de que o assunto está a ser tratado e ficará resolvido no próximo ano”, adiantou.
 
As queixas dos moradores levaram o município a tomar a iniciativa de servir de mediador entre a corticeira, residentes, a CCDR do Algarve e o Grupo Pestana, com um campo de golfe também afetado pelo fumo.
 
Nuno Neves explicou que “o problema não foi resolvido totalmente”, mas que se verificou “uma diminuição do fumo branco e uma redução do ruído”.
 
Para pedir o fim dos fumos e do “desconforto ambiental que os mesmos provocam”, o movimento composto por residentes na proximidade da fábrica promove concentrações à entrada da Câmara nos dias em que decorrem as reuniões.
 
O porta-voz adiantou que "a confiança dos moradores em relação à empresa tem vindo a diminuir, depois de o compromisso em colocar um fim ao problema ter sido amplamente ultrapassado”, mas “vão aguardar com serenidade a nova data apontada".
 
Entretanto, disse, ficou já agendada uma nova reunião para o início do mês de novembro, para que a Corticeira Amorim faça um novo ponto da situação.
 
Lusa