Nota divulgada do gabinete do eurodeputado Tânger Corrêa (Chega), que resume o trabalho dos quatro dias, lê-se que, «subsiste a contestação às eólicas offshore como ataque às pescas, a evidente má gestão das quotas de pesca, excessiva burocracia do setor, e o desperdício inexplicável dos recursos da aquacultura».
O quarto e último dia da missão ficou marcado pela visita a uma plataforma de aquacultura abandonada ao largo de Sagres, entre o Porto da Baleeira e a Praia da Salema. «A infraestrutura, que chegou a ser projetada para reforçar a produção de peixe e dinamizar a economia local, encontra-se hoje completamente devoluta e em avançado estado de degradação», explica a missiva.
Para António Tânger Corrêa «a situação reflete os efeitos de políticas de investimento mal implementadas, da burocracia excessiva e da falta de uma estratégia clara para o setor do mar.»
Ton Diepeveen, eurodeputado coordenador neerlandês da Comissão das Pescas (Patriotas pela Europa) sublinha que «a presença desta estrutura abandonada denuncia um cenário de desvalorização das comunidades costeiras e do seu potencial produtivo, com impactos diretos na soberania alimentar. Esta degradação representa não apenas o desperdício de recursos públicos, mas também um alerta para a urgência de rever os modelos de apoio e planeamento europeu neste domínio», refere o eurodeputado.
No final da visita, os eurodeputados reuniram-se com pescadores locais no Pavilhão Clésio Ricardo. Segundo o comunicado, «foram partilhadas preocupações sobre a redução de rendimentos, a crescente precariedade da atividade e a urgência de rever as quotas e regulamentações europeias, que não têm em conta as especificidades da realidade portuguesa».
Durante os quatro dias, os eurodeputados contactaram com universidades, associações de pesca e instituições locais, recolhendo contributos que serão levados ao Parlamento Europeu com a missão de influenciar futuras decisões legislativas.