A agenda para o concelho de Loulé da iniciativa “Governo +Próximo”, que rumou nos dias 1 e 2 de março ao Algarve, teve como foco o setor da saúde. Esta quarta-feira, o ministro Manuel Pizarro realizou uma visita a alguns investimentos em curso no concelho.
Durante a manhã, o ministro da Saúde visitou o local onde está a ser construída a sede regional do INEM, edifício que terá como vizinhos o Quartel de Bombeiros e o Heliporto Municipal. A obra encontra-se em fase de acabamentos, prevendo-se a sua inauguração para o mês de julho. São 1,8 milhões de euros de um investimento que incluirão um espaço para o CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes, há alguns anos afastado da região, um Gabinete de Coordenação de Enfermagem, estruturas de formação, assim como um a área de logística e de operações, descreve o Município de Loulé em comunicado.
Com 42 meios de emergência pré-hospitalar em permanência, número que pode chegar aos 52 nos períodos de maior necessidade, o Algarve é, segundo palavras de Manuel Pizarro, “uma região onde é difícil a planificação de recursos”. Isto porque além dos residentes, “uma gigantesca população que procura a região sobretudo para fins turísticos”, obriga a “um esforço grande de adaptação. “Não tenho nenhuma dúvida que a nova sede regional do INEM vai reforçar muito as nossas condições de operação no dia-a-dia e a atração dos profissionais que nos faltam para termos uma resposta ainda mais robusta”, considerou durante a visita à obra.
Informa ainda a autarquia que, acompanhado por técnicos e responsáveis do município e do INEM, Manuel Pizarro foi ver de perto o local onde se encontra instalado o helicóptero do referido instituto de emergência médica. O Heliporto Municipal está neste momento a ser ampliado, por forma a permitir que futuramente ali operem 6 aeronaves. São 2,6 milhões de euros para melhorar esta infraestrutura na área da emergência médica e do socorro, sublinha.
No período da tarde, foi inaugurada a requalificação da Extensão de Saúde de Almancil, numa área total de 200 m2, cuja intervenção de ampliação das instalações contemplou a criação de uma sala de espera, de um balcão de atendimento e de 8 gabinetes médicos.
“A população de Almancil merece! É uma população jovem, com muitos imigrantes, muitas pessoas que não têm raízes na terra, e os cuidados de saúde são extremamente importantes”, disse o autarca Vítor Aleixo, que agradeceu também o apoio da Junta ao possibilitar que a obra fosse feita.
Por sua vez, o ministro realçou a iniciativa da autarquia, que custeou a totalidade dos trabalhos, em perto de 300 mil euros. Perante uma plateia composta maioritariamente por quem ali trabalha e por utentes, sublinhou a importância desta intervenção em termos de “condições para que os profissionais trabalhem melhor, com mais segurança e mais qualidade, e para que as pessoas sejam melhor atendidas”.
Neste momento o autarca de Loulé transmitiu ao ministro uma mensagem do responsável desta unidade, o médico Diogo Dias, relativa ao pedido de “mais médicos e enfermeiros”. Em resposta, o responsável governamental garantiu: “Estaremos atentos a isso e daremos resposta, sem dúvida nenhuma”. Mas colocou a tónica também na necessidade de aumentar a formação de profissionais, nomeadamente com o reforço da Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve. “Em 2022, admitimos nos hospitais e centros de saúde do Algarve o maior número de sempre de jovens internos em formação, quer na geral, quer nas especialidades. O primeiro passo para os fixar é formá-los cá. Temos que criar mecanismos de atração”, indicou.
Durante o seu discurso, o presidente da Câmara de Loulé deu nota das “metas extremamente ambiciosas” do município no campo da saúde, nas áreas da investigação médica e clínica e da investigação do envelhecimento ativo”, no âmbito dos dois projetos nascidos da “parceria estratégica” do ABC – Algarve Biomedical Center com o Município de Loulé, um em Loulé, outro em Vilamoura.
Fruto de mais uma parceria entre a autarquia e o ministério, este périplo de Manuel Pizarro pelo concelho, teve ainda uma passagem pela obra da Unidade de Saúde de Loulé. Este investimento público, na ordem dos 5 milhões de euros, valor repartido pelo governo local (65%) e governo central (35%), terá várias respostas: a valência administrativa do ACES Central; a Unidade de Saúde Familiar “Lauroé” que, como recordou o presidente da Câmara, “funcionou durante anos em contentores”; a Unidade de Cuidados à Comunidade “Gentes de Loulé”; e um Centro de Saúde Universitário, em articulação com a UAlg, que será o primeiro do País.