Dicas

Médico explica perigos das dietas milagrosas

Foto - Depositphotos  
As dietas restritivas podem levar à desidratação, sobrecarga dos rins e fígado e desenvolvimento de doenças cardíacas, entre outras.

A vontade de perder peso de forma rápida e sem grandes esforços leva a que muitas pessoas sigam orientações divulgadas, em muitos casos, pelas redes sociais e  sem fundamentação científica que, segundo os especialistas, podem acarretar consequências muito negativas para a saúde.
 
As chamadas “dietas da moda” restringem o consumo de alimentos vitais para o correto funcionamento do organismo, mas ao garantirem a rápida perda de peso, acabam por ser uma opção de muitas pessoas, o que dá lugar a alertas dos nutricionistas e outros entendidos.
 
Segundo os cientistas, as pessoas perdem peso porque reduzem o consumo diário de calorias, mas acabam por suprimir alimentos essenciais à saúde, como é o caso dos hidratos de carbono.
 
De acordo com o cardiologista Willyan Nazima, “as dietas restritivas ajudam na perda rápida de peso, mas sobrecarregam os órgãos do corpo pelo excesso de determinadas substâncias em detrimento de outras, sem esquecer que, em muitos casos, a qualidade das opções também não é a melhor, nem a recomendada.
 
O cardiologista realça que, muitas das chamadas dietas milagrosas excluem o consumo de hidratos de carbono e privilegiam as proteínas, o que acarreta como consequência a perda de líquidos, incluindo minerais como potássio e sódio, essenciais para o bom funcionamento do sistema cardiovascular.
 
“Logo, esse consumo excessivo de gorduras saturadas presentes em carnes vermelhas, queijos, ovos e embutidos de todo o tipo pode elevar os níveis de colesterol e, portanto, causar doenças cardíacas”, detalhou o especialista do Centro do Coração de Londrina.
 
Se mantidas por muito tempo, as dietas restritivas podem causar também, segundo o médico, anemia, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, falta de vitaminas importantes e anorexia. Além de sintomas como náuseas, tonturas, fraquezas, dores de cabeça, insónia e irritabilidade, apontou.
 
O cardiologista acrescenta que outro fator bastante negativo em relação a esse tipo de dietas está relacionado com o efeito sanfona. “A pessoa volta a engordar em pouco tempo porque o organismo não se adapta facilmente a essa novidade, pelo que, assim que aumenta o consumo calórico, a balança dispara”.
 
“Dietas pobres em carboidratos, gorduras e proteínas são difíceis de serem mantidas. O organismo entra em estado de alerta, pois percebe que existe uma carência de combustível para que possa realizar as suas funções e armazena tudo o que pode, trata-se de um processo fisiológico”, explica.
 
Para o cardiologista, a perda de peso deve ser vista sempre como uma consequência das mudanças para hábitos de vida mais saudáveis e não como objetivo principal. E essas mudanças devem incluir necessariamente, a prática de atividades físicas. “O emagrecimento é praticamente uma fórmula matemática: se ingerimos mais calorias do que aquelas que perdemos diariamente, o peso aumenta, se consumimos o que o corpo gasta, mantemos o peso e se diminuirmos a ingestão diária ou perdemos calorias com o exercício físico, perdemos peso”, completa.
 
A forma mais saudável, eficaz e duradoura de perder peso, segundo este especialista, consiste em consumir alimentos naturais, fazer uma dieta rica e diversificada e reduzir as quantidades das doses diárias, não substituir alimentos essenciais. A melhor opção passa também por suprimir os ultra processados, doces, frituras, enlatados, refrigerantes, entre outros da mesma categoria, por alimentos saudáveis como: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água, que podem ser encontrados nos pães, grãos, frutas, verduras e legumes, carnes, peixes e castanhas.
 
Ao mesmo tempo, aconselha a que se pratique atividade física diária, que se privilegie o sono de qualidade e dentro do tempo recomendado, que se mantenha um estilo de vida regrado de forma a não permitir que os alimentos menos saudáveis façam parte da dieta diária, muitas vezes como compensação da falta de um tempo de lazer e das relações de qualidade, alerta.
 
A dieta mais segura e eficaz é aquela que se baseia num novo estilo de vida saudável e que requer uma mudança de hábitos profundos, já que estamos muito habituados a recorrer aos alimentos industrializados e de fácil preparação, mas que, não são os mais saudáveis e, naturalmente que se deve instituir uma rotina de exercícios diários que nos ajudem a perder calorias, diminuindo também a quantidade daquilo que se ingere de forma a equilibrar o gasto calórico com o consumo do organismo.
 
Uma boa solução passa por uma avaliação do gasto calórico diário para que melhor se possa ajustar a perda de peso em função da redução de calorias, recomenda.
 
Um nutricionista é o profissional habilitado para fazer essa análise, conclui.