Política

Mariana Mortágua veio ao Algarve falar do peso do turismo na economia e da crise da habitação

 
Mariana Mortágua esteve este sábado no Algarve, onde participou num almoço-comício em Boliqueime.

Mariana Mortágua falou do peso do turismo na economia no Algarve, que se "traduz em muito emprego sazonal e em muito emprego mal pago". Sobre a crise de habitação, acrescentou que "a oferta de habitação é sazonal, e está desencontrada com atividade económica: quando há casa não há trabalho e quando há trabalho não há casa".
 
"Visitem qualquer um dos concelhos do Algarve, e vão encontrar construção contínua, por todo o lado, mesmo em áreas protegidas ambientalmente, mesmo em zonas saturadas de construção, e os problemas de acesso à habitação e de custo da habitação não se resolveram", disse a coordenadora do Bloco.
 
Mariana Mortágua entende que as casas construídas não são para quem vive e trabalha no Algarve, mas para quem quer visitar o país por um curto período ou para fundos que consideram que ter casa na região é um investimento. "São precisas casas para viver, casas que os salários possam pagar. Há muitos setores económicos com potencial de investimento para apostarem o seu dinheiro e há muitos hotéis para acolher os turistas".
 
José Gusmão, cabeça de lista do Bloco no Algarve, falou sobre a "catástrofe da água" na região. Para o candidato, é preciso "resolver o problema da água e da desigualdade”, criticando os "cortes cegos para famílias e agricultores impostos pelo Governo e poder local". O candidato considera que esta é uma medida "ineficaz e injusta", cujo efeito é "penalizar as famílias, e particularmente as famílias com menores rendimentos".
 
 
A par de medidas de emergência, defende que é necessário "pensar o que fazer no futuro", apostando num modelo económico compatível com a realidade ambiental do Algarve. Para tal, disse que é preciso fazer "escolhas corajosas e que responsabilizem aqueles que definem o modelo económico no Algarve".
 
José Gusmão referiu ainda que o Algarve tem sido esquecido pelos poderes políticos e, principalmente, pelo Governo central, e que é preciso "vencer este esquecimento crónico" e garantir o "necessário" investimento estruturante.
 
António Branco, mandatário da candidatura do Algarve, assinalou que o resultado do voto útil nas últimas eleições foi "uma maioria absoluta inesperada e indesejada". Desse resultado tirou algumas conclusões. Por um lado, "a concentração de votos num só partido em nome do medo provoca resultados indesejados e elimina a produtividade à esquerda para definição de políticas públicas". Por outro lado, "a geringonça ensinou-nos que só uma maioria das esquerdas tem condições de desenvolver políticas públicas que ataquem os problemas mais urgentes do país".
 
O mandatário destacou a mais-valia de eleger José Gusmão pelo círculo eleitoral do Algarve, afirmando considerar que o mesmo tem uma "enorme qualidade humana e intelectual, está muito bem preparado e é incansável na defesa das políticas públicas que defendem o Estado Social e o ambiente".