Algumas dezenas de pessoas participaram esta tarde, junto ao Hospital de Faro, numa manifestação silenciosa, para demonstrar apoio à médica Diana Pereira, que denunciou vários casos de alegada negligência médica no Serviço de Cirurgia Geral daquela unidade hospitalar.
Vestidos com t-shirts pretas em sinal de luto e com fotografias alusivas a casos que dizem ser de negligência médica, os manifestantes mostraram-se revoltados com o serviço prestado naquele hospital, pedindo ao Governo que mude a situação que consideram "inconcebível".
Janete Serrano, uma das promotoras da manifestação explicou ao Algarve Primeiro, que o seu caso é revelador de que alguma coisa não está bem, referindo-se à filha que disse tratar-se de mais um caso de negligência médica, e ao pai que em seu entender, foi negligência do hospital. "É sempre a mesma coisa, há um caso e fica abafado, depois acontece outro e fica abafado, os casos são levados para tribunal, esperam-se anos e as pessoas sofrem", notou.
"Sei que a situação não é fácil para os profissionais que trabalham no hospital, já ouvi enfermeiras e auxiliares que me disseram que por muita boa vontade que tenham para dar assistência aos doentes, não têm por vezes o material. Além disso, é um hospital muito pequeno para tanta gente, e o Algarve pertence a Portugal, não é só turismo, não é só comida, não é só festas é também saúde e nós temos que nos fazer ouvir", argumentou.
Sobre a atitude da médica interna Diana Pereira, afirmou: "tomara que houvesse muitas Dianas neste país, porque infelizmente há muitas pessoas que veem e fecham os olhos e considero que a Diana tem um 'm' de mulher muito grande e merece todo o meu respeito e de todas as pessoas que estão aqui. Depois de termos criado este movimento, 'chovem' casos de negligência de pessoas que desabafam connosco e verificamos que os casos vão parar ao cesto do lixo, somos apenas números, pagamos os nossos impostos e não querem saber de mais nada. Com todo o respeito, peço ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, para vir ao hospital de Faro, mas de surpresa, que venha ver, porque se os médicos e enfermeiros se queixam que estão exaustos é normal que possa haver negligência, entendemos que por vezes, também não conseguem fazer mais e melhor", comentou.
Segundo os manifestantes, o objetivo desta primeira iniciativa é pressionar as entidades competentes para que sejam ouvidos, caso contrário, prometem continuar a lutar.
Após uma primeira concentração junto à igreja de São Luís, seguiram num cordão humano em redor do hospital, culminando com uma paragem junto à entrada principal do Serviço de Urgência onde cumpriram um minuto de silêncio.