Ambiente

Manifestação do Movimento Salvar as Alagoas Brancas também irá passar pela APA Algarve

 Anabela Blofeld
Anabela Blofeld  
O Movimento Salvar as Alagoas Brancas reuniu esta quinta-feira, com a Agência Portuguesa do Ambiente, APA - ARH Algarve, que informou que "o loteamento previsto, não vai alterar o paradigma das inundações" naquela zona e que o plano de drenagem aprovado é suficiente.

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Por outro lado, na interpretação deste movimento, a APA mostrou-se disponível a dar parecer favorável, caso haja intenção política de salvaguardar a área como zona verde e habitat de biodiversidade, uma posição que o movimento não aceita tendo marcada uma manifestação no dia 22 de maio, dia Mundial da Biodiversidade, junto à CCDR Algarve, com passagem pela APA - ARH Algarve.
 
Em comunicado o Movimento Salvar as Alagoas Brancas, explica que em Lagoa, grande parte da área de depressão cársica encontra-se classificada segundo os critérios das orientações estratégicas de âmbito nacional e regional (OENR) para reserva ecológica nacional (REN) como zona ameaçada por cheias (ZAC) e área estratégica de infiltração e proteção de recarga de aquíferos (AEIPRA). "Porém esta área é geometricamente recortada justamente onde afluem as águas do aquífero e se concentra a biodiversidade das Alagoas Brancas". 
 
Conforme explica, segundo as OENR, devem ser protegidos e classificados como REN. “As aluviões, bem como algumas áreas de fraturação, que sejam importantes para a manutenção dos ecossistemas fluviais na época de estiagem” bem como “Outras formações hidrogeológicas indiferenciadas ou outras áreas que sejam importantes para a prevenção e redução de situações de cheia e inundações e de seca extrema, bem como para a sustentabilidade de sistemas aquáticos e da biodiversidade dependentes da água subterrânea”.
 
Adianta que a realidade do terreno "não corresponde à realidade que vigora em termos de ordenamento do território e as Alagoas Brancas não são classificadas como zona ameaçada de cheias (ZAC) - apesar de o serem na realidade - porém segundo a revisão do último PDM são consideradas apenas uma zona com risco de inundações, sendo acautelado um plano de drenagem de águas".
 
Lembra ainda, que a CCDR Algarve aprovou a revisão do PDM de Lagoa e" ignorou que aquela é claramente uma zona ameaçada por cheias e uma área estratégica de infiltração e proteção de recarga de aquíferos e retira da reserva ecológica nacional uma lagoa que está dentro de um aquífero".