Aos 16 anos, o algarvio Rafael Guerreiro decidiu abandonar o ensino tradicional e criar uma pequena agência de marketing digital. A decisão, potencialmente arriscada, revelou-se certa e, 8 anos depois, é o fundador e CEO da Sentrion, uma startup ”portuguesa”, com sede em Nova Iorque, que utiliza inteligência artificial para ajudar equipas comerciais a identificar empresas com maior probabilidade de comprar determinados produtos ou serviços.
A ideia surgiu da própria experiência de Rafael Guerreiro em marketing e vendas, onde observou um padrão recorrente: equipas comerciais lidavam com excesso de dados, mas tinham dificuldade em decidir sobre onde concentrar o esforço.
“Quisemos resolver um problema que vivíamos todos os dias - o tempo perdido a contactar empresas que não estavam no momento certo para comprar”, explica Rafael Guerreiro.
Para isso, a Sentrion desenvolveu uma tecnologia que cruza dados públicos - como ofertas de emprego, novas contratações, tecnologias em uso e atividade setorial - para gerar sinais de intenção de compra. O sistema permite que as equipas deem prioridade a empresas mais propensas a adquirir os seus produtos ou serviços, reduzindo o volume de contactos “a frio”.
A Sentrion alcançou rentabilidade no segundo mês de operação, um feito invulgar no setor tecnológico. Atualmente, a empresa conta com equipas em Lisboa e Nova Iorque e mais de 50 clientes ativos, na sua maioria, nos Estados Unidos.
Sem formação universitária, Rafael Guerreiro construiu o seu percurso de forma autodidata, combinando experiência prática com curiosidade tecnológica.
A transição de um modelo de agência de marketing para a criação de um produto SaaS marcou um ponto de viragem. “Começámos por prestar um serviço para validar o conceito. Quando percebemos que o modelo funcionava, evoluiu para uma plataforma SaaS escalável”, afirma o empreendedor.