O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve, José Apolinário, defendeu uma agenda regional de sustentabilidade ambiental para o turismo na região, na sessão de abertura da Conferência “Smart & Sustainable Cities e os Desafios do Turismo”, em Portimão.
“A proposta de alocação de fundos do Programa Operacional Regional 2021-2027 defendida pela CCDR Algarve coloca no objetivo sustentabilidade ambiental mais de 40% dos 780,3 milhões de euros a gerir na região” anunciou José Apolinário, referindo que “queremos acelerar a transição climática e a descarbonização, reforçando e somando os fundos europeus geridos na região a outras fontes de financiamento e a outros investimentos em curso com impacte na descarbonização e na transição climática, de que o mais significativo é o investimento na eletrificação da linha ferroviária do Algarve, que todos desejamos esteja concluída até ao final do primeiro trimestre de 2024. Mas também na aquisição de veículos de transporte público movidos a baterias ou no fomento da mobilidade ativa, da mobilidade suave e da micromobilidade.”
O presidente da CCDR, falou da transição climática, como uma “urgência global, nacional, regional e local. As alterações climáticas são o grande desafio ao futuro da União Europeia” sublinhou.
José Apolinário, acrescentou que “a adoção de uma agenda verde para o turismo do Algarve tem de seguir a par da requalificação e melhoria de posicionamento do turismo do Algarve no país e no mundo: com melhor eficiência no uso da energia pelas empresas de turismo, no impulso ao uso de energias renováveis em subsetores estratégicos para a região como o turismo náutico, no uso eficiente e inteligente da água por parte das empresas de turismo, no uso de águas residuais tratadas em espaços verdes (apenas utilizamos 4% da água tratada!), na economia circular, na diminuição, classificação e tratamento de resíduos, na eliminação completa do uso de plásticos de uso único, na inovação em torno do uso de novos combustíveis e de baterias.”
Defendeu que para prosseguir “este caminho” passa também pela capacitação de atores e qualificação dos profissionais do setor, por forma a garantir competências adequadas que ajudem a concretizar este desígnio, frisando que “os quase 40% do território com estatuto de proteção ambiental conferem-nos valor estratégico distintivo, uma marca, que nos qualifica e diferencia a oferta, os produtos e torna imperativa a adoção de práticas mais sustentáveis.”
Sublinhou ser importante assegurar e promover o envolvimento da população nestes processos e práticas, providenciando espaços de encontro, de oportunidade e de participação, salientando que “os fundos europeus devem trazer o impulso para qualificar o território, e ajudar as empresas nesta transformação, em especial as PME, formar e qualificar os trabalhadores, a seguir este caminho de sustentabilidade ambiental.”
A conferência “Smart & Sustainable Cities e os Desafios do Turismo”, que decorreu ao longo de dois dias no Auditório do Museu de Portimão, integrou-se numa iniciativa decorrente da parceria entre a Câmara Municipal de Portimão, o Autódromo Internacional do Algarve, a GEN Portugal e os Territórios Criativos.