Clévio Nóbrega, investigador principal do Algarve Biomedical Center Research Institute (ABC-RI) e docente da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Algarve - UAlg, acaba de receber um projeto de mais de 1 milhão de euros para desenvolver uma terapia génica para a síndrome de Cockayne, uma doença rara e incurável, que afeta sobretudo crianças, e que tem uma prevalência de cerca de 2.7 por milhão de nascimentos na Europa Ocidental, informa a UAlg na sua página oficial.
Não existindo, até ao momento, nenhuma terapia que modifique a progressão da doença, o projeto do investigador pretende encontrar nos genes uma resposta que, a ter sucesso, poderá ser modificadora da progressão da doença e não apenas da sua sintomatologia.
Clévio Nóbrega e a sua equipa de investigação procuram, assim, desenvolver, ao longo dos próximos dois anos, uma terapia génica para a Síndrome de Cockayne, tipo B, que revele potencial para chegar à fase de ensaios clínicos no menor tempo possível e possa chegar à área clínica num futuro próximo, modificando a vida dos doentes e das suas famílias, adianta a universidade.
Nas palavras de Clévio Nóbrega, “o caminho é longo”, mas a equipa deixa uma garantia: “estamos a trabalhar de forma muito focada para que, mesmo longo, o caminho seja realizado no menor tempo possível e com os melhores resultados”.
O grupo de investigação conta já com o apoio de especialistas tanto na área clínica como na área farmacêutica, garantindo, desde logo, uma estreita interação com as entidades reguladoras com vista à aplicação da terapia génica em contexto de ensaio clínico.
Desenvolvido no seio do Algarve Biomedical Center (ABC), este projeto é, para Nuno Marques, Presidente do ABC, a prova de que o “ABC-RI possui a tecnologia, a equipa e o reconhecimento adequados para contribuir de forma bastante profícua para os desenvolvimentos da medicina em termos internacionais”. O presidente garante que a “a aposta no desenvolvimento e na inovação é uma aposta ganha, incluindo na diversificação económica regional e nacional”.
Da mesma convicção partilha Isabel Palmeirim, diretora da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas, para quem este projeto se reveste de especial importância no sentido em que “reflete aquela que é a visão de uma academia cada vez mais voltada para a inovação, para a descoberta e para um diálogo cada vez mais próximo com os problemas da sociedade”. Como afirma, “a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas continuarão a desenvolver o seu trabalho no sentido de fortalecer o país e a região, dotando-os de novas valências no setor da saúde”.