Política

Iniciativa Liberal critica declarações de diversos responsáveis do conselho de administração do CHUA sobre casos denunciados

 
A Iniciativa Liberal afirma que as recentes denúncias de alegados erros e negligência no serviço de cirurgia do Hospital de Faro são efetuadas no seguimento de inúmeras de outras polémicas que envolvem o Centro Hospitalar Universitário do Algarve ao longo dos últimos meses.

Após os frequentes encerramentos de urgência pediátrica, que provocaram fortes constrangimentos aos cuidados de saúde na região, seguiu-se um caso de troca de cadáveres na morgue do Hospital de Faro em novembro de 2022, que suscitou a abertura de um inquérito por parte do Ministério Público, bem como um pedido de demissão do atual conselho de administração do CHUA. Para a IL "a eterna discordância entre o CHUA e o Curso de Medicina promovido pela Universidade do Algarve, que limita a formação e captação de futuros médicos para o Algarve, é outro exemplo de polémica constante que envolve a instituição".
 
Os núcleos territoriais de Faro, Loulé, Silves, Albufeira e Portimão da Iniciativa Liberal consideram que é essencial esclarecer "cabalmente" a denúncia sobre os alegados erros e negligência no serviço de cirurgia do Hospital de Faro, sendo "fundamental" efetuar todas as diligências necessárias para averiguar objetivamente os fatos ocorridos, "sem juízos de valor e julgamento público sobre a denunciante e o denunciado", defendem em comunicado.
 
O partido critica, também, as declarações proferidas, nos últimos dias, por diversos responsáveis do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve que menosprezaram a importância dos casos denunciados e, inclusivamente, colocaram em causa a idoneidade, bem como a sanidade mental da denunciante. "O excesso de protecionismo cooperativo, sobretudo enquanto decorrerem os inquéritos independentes, levantam sérias questões éticas e morais, bem como correspondem a comportamentos absolutamente inaceitáveis por parte de gestores de instituições públicas em democracias liberais que provocam a decadência das instituições públicas", esclarece o IL
 
Os núcleos algarvios da Iniciativa Liberal consideram que os factos que provocaram a denúncia junto do Ministério Público não podem ser menosprezados ou ridicularizados por parte da instituição pública. Entendem como essencial, que a administração do CHUA e a sua tutela clarifiquem a existência de relatos e denúncias, formais e informais, efetuados no passado por outros profissionais do Hospital de Faro acerca de alegados erros e negligências no serviço de cirurgia do Hospital de Faro, conforme foram publicamente divulgados nos últimos dias.
 
Afirmam que é urgente apurar todos os factos, quer de índole legal, quer de responsabilidade institucional para restabelecer a confiança dos algarvios no mais importante hospital da região. Ao mesmo tempo, consideram que não é admissível que administrações de instituições públicas, sobretudo dos centros hospitalares como o CHUA, "cultivem culturas de receio de represálias institucionais a eventuais futuros denunciantes".
 
Face aos factos relatados, consideram crucial que, além das análises legais, sejam criados mecanismos independentes e externos de verificação de denúncias futuras para garantir que sejam elevados os padrões de qualidade de assistência médica e recolocada a confiança na instituição.
 
Entendem ainda, que as denúncias de alegados erros e negligências não devem ser encaradas como atos de coragem do denunciante, mas sim como oportunidades de melhoramento institucional. "Mais do que cultivar uma cultura de medo e protecionismo cooperativista, é fundamental desenvolver uma cultura de excelência na saúde do Algarve", lê-se no comunicado.
 
A Iniciativa Liberal afirma que "é um dever do conselho de administração zelar pela qualidade da saúde e segurança do utente, fazendo valer os direitos dos utentes e dos seus profissionais, bem como manter uma postura neutra e imparcial até ao apuramento das conclusões dos inquéritos legais. O Algarve e os algarvios merecem mais do que uma saúde de segunda categoria", conclui.