A iniciativa teve lugar no Clube Recreativo da Pedra Mourinha e foi centrada na avaliação da capacidade dos participantes para se deitarem e levantarem do chão - "um indicador-chave da autonomia funcional e da fragilidade em adultos mais velhos", explica nota enviada ao Algarve Primeiro.
O rastreio que contou com o apoio do curso de licenciatura em Fisioterapia da Universidade do Algarve, teve como principal objetivo sensibilizar a população para a importância de manter uma relação saudável com o chão e preservar padrões básicos de movimento essenciais à autonomia e à qualidade de vida ao longo do envelhecimento.
O criador do MBF (Movement Beyond Fifty) - um sistema de movimento focado na melhoria da mobilidade e funcionalidade em adultos com mais de 50 anos, regista ainda que, "cair é um acontecimento que pode acontecer a qualquer pessoa. Mas, à medida que os anos passam, as quedas podem trazer consequências mais sérias para a saúde e a independência".
Os números são claros sobre esta evidência: mais de 30% dos indivíduos com idade superior a 65 anos, sofre anualmente uma queda, sendo que este número aumenta para aqueles que se encontram institucionalizados.
As consequências das quedas variam em gravidade, podendo contribuir como causa primária de morte para cerca de 40% dos casos, alerta Joel Fernandes.
Os programas terapêuticos associados a esta temática centram-se quase exclusivamente na prevenção do risco de queda, com a aplicação de programas variados de exercício e ensino. No entanto, apesar da sua enorme importância, "é necessário investir nas competências que o idoso deve ter quando a mesma ocorre", destaca.
No seu programa terapêutico, Joel Fernandes avalia o risco de queda, atua na sua prevenção e, sobretudo no ensino de saber levantar-se com calma e segurança, o qual já foi aplicado em centenas de pessoas.
O rastreio permitiu que a equipa avaliasse cerca de 100 idosos, oriundos de forma autónoma da comunidade, mas também de instituições.
«Além de uma bateria de avaliação funcional e da atividade levantar/sentar do chão, foram ensinados exercícios de fortalecimento, equilíbrio e coordenação determinantes para a autonomia neste âmbito», explica Joel Fernandes, deixando a mensagem de que, «o trabalho de prevenção de quedas é fundamental, podendo efetivamente salvar vidas e restituir liberdade e proteção».