O Hospital de Loulé apresentou publicamente esta quarta-feira, em Loulé, a Consulta Multidisciplinar de Cancro da Mama - Unidade da Mama, através de uma tertúlia que reuniu vários médicos especialistas que integram a nova unidade.
A iniciativa assinalou o Dia Mundial do Cancro da Mama com uma conversa aberta sobre esta patologia, onde foi demonstrada a importância deste tipo de abordagem multidisciplinar, que junta várias especialidades - senologia, oncologia, cirurgia plástica, imagiologia, rádio-oncologia, anatomia patológica, psicologia, nutrição e fisioterapia – criando a possibilidade de se definir em conjunto a abordagem terapêutica do doente.
O encaminhamento para esta unidade inicia-se com uma consulta de Senologia - ramo da Medicina que diagnostica, estuda e trata as doenças da mama - passando depois para uma abordagem em grupo e individualizada do paciente na procura do tratamento mais adequado para cada caso.
A abordagem multidisciplinar procura, não só a cura, mas também minimizar as causas que poderão ter levado ao aparecimento da doença, assim como alterar alguns hábitos de vida, adotando um estilo de vida mais saudável.
No painel da "Tertúlia-Rosa" estiveram representadas a Senologia, a Oncologia Médica, a Rádio-Oncologia e a Imagiologia, numa sessão de perguntas e respostas, em que a primeira mensagem foi dirigida para a prevenção, nomeadamente para a importância da palpação feita pela mulher e do rastreio imagiológico.
O aumento do aparecimento da neoplasia da mama em mulheres mais novas, realça a importância de se gerar o “hábito do auto exame em idades jovens”, destacou a responsável pela unidade de Oncologia do Hospital de Loulé.
“A autopalpação feita de forma regular continua a ser a forma mais eficaz de deteção precoce. Se houver essa palpação regular passa a ter um conhecimento da mama e a fácil deteção de qualquer alteração”, apontou Raquel Dionísio.
O especialista em Imagiologia, Jorge Pereira, assumiu a necessidade de “fazer pedagogia” às jovens, “simplificando a mensagem” salientando que “muitas não sabem como fazer o exame” e outras “ganham medo à autopalpação por não conhecerem a mama e detetarem estruturas que receiam poderem ser tumores”.
Um dos pontos que reuniu consenso no painel, é o facto dos doentes, estarem cada vez mais informados, “sendo importante estabelecer uma boa ligação e conversa entre os vários médicos, inclusive os médicos de família”, afirmou o senologista Henrique Morais.
Os recentes avanços nos tratamentos oncológicos, foi outra questão evidenciada, já que permitem encarar o cancro da mama como “uma doença crónica e com possibilidade da manutenção da qualidade de vida”, apontou Raquel Dionísio.
A senologista, Vera Ribeiro deixou o alerta para algo que afirmou estar na “essência da mulher” - o “cuidar dos outros” - e que leva muitas vezes a que “deixe de lado os cuidados em relação a si” podendo “levar ao aparecimento de doenças”. “Há que quebrar esses hábitos e cuidar de si e isso, muitas vezes, leva a adoção de hábitos mais saudáveis de alimentação e exercício físico na família, fatores que sabemos serem essenciais na prevenção de qualquer patologia”, destacou.
O também senologista António Lagoa, lembrou a importância das ações de rastreio em mulheres entre os 45 e 70 anos já que permitem “complementar os auto-exames” e a comparação dos vários exames feitos ao longo do tempo, possibilitando uma “deteção precoce de alterações nas estruturas mamárias”.
Apontou, no entanto, que a data de início do rastreio imagiológico deve ser “adaptado a cada mulher dependendo dos seus antecedentes pessoais e familiares”.
As consultas de Senologia que estão disponíveis em várias unidades do grupo privado de saúde, podem ser marcadas através da página do Hospital de Loulé.