Saúde

Hospital de Faro recusou atender criança com crise asmática

 
À chegada, as urgências de pediatria estavam fechadas.

Uma reportagem da SIC Notícias, revela que o hospital de Faro recusou atender uma criança asmática em plena crise, numa fase em que o atendimento na Pediatria estava encerrado e que só estava a funcionar a urgência pediátrica de Portimão, no passado dia 6 de dezembro. 
 
Clara de 9 anos, com uma crise asmática foi levada pela mãe desde o concelho de Tavira até ao Hospital de Faro, onde já esteve internada três vezes. Acontece que à chegada, as urgências de pediatria estavam fechadas. "Grávida de 20 semanas, com a filha a piorar, Vera tentou que a menina de 9 anos fosse atendida na urgência geral. No balcão das inscrições, foi-lhe negado o pedido e recomendado que seguisse para Portimão na própria viatura ou que chamasse o INEM", refere a peça.
 
De acordo com a SIC, o centro hospitalar universitário do Algarve admite que, na altura do episódio de Clara, "havia apenas orientações verbais aos serviços para que as situações graves fossem assistidas, quer na urgência geral, quer pelos médicos dos cuidados intensivos".
 
Sem assistência em Faro, e com a filha em dificuldades, Vera voltou a ligar ao INEM, que verificou que a criança não estava em condições para fazer a viagem até Portimão, tendo sido encaminhada para o Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Loulé, onde acabou por ser assistida. Passadas quatro horas e depois de Clara ser estabilizada, seguiu de ambulância para a urgência de Portimão, onde ficou internada.
 
Sobre este episódio, o centro hospitalar admitiu à SIC que "teria sido sensato que a criança tivesse sido vista na urgência geral, em Faro". Na sequência do caso, o diretor clínico emitiu no dia 25, normas escritas sobre os procedimentos nos períodos de encerramento de uma das urgências pediátricas. Ou seja, se os acompanhantes insistirem no atendimento ou o estado da criança pareça grave, deve proceder-se à inscrição e triagem.
 
Só os casos amarelos, laranja e vermelho serão observados na urgência geral. No caso de pulseira vermelha deverá de imediato ser acionada a equipa de emergência interna do hospital, incluindo a unidade de cuidados intensivos.