O projeto visa facilitar o acesso a tecnologias a pessoas com limitações sensoriais, motoras e cognitivas, decorrentes de doenças como a Esclerose Lateral Amiotrófica, acidentes vasculares cerebrais e traumatismos cranioencefálicos, entre outros.
Através de ‘tablets’ ou computadores com ‘software’ específico, os beneficiários do Espaço com Sentido, o primeiro no país, poderão acelerar o seu processo de reabilitação, explicou o presidente do Conselho de Administração da ULS do Algarve, durante a inauguração do espaço.
Segundo Tiago Botelho, o recurso a estas tecnologias pode “significar uma diferença substancial na recuperação” dos doentes, uma vez que a unidade de Faro é “um hospital de [doentes] agudos”, onde se intervém na fase inicial dos episódios.
Nesse sentido, aquela “é uma altura crucial para não deixar perder oportunidades de ganhos para o doente e a sua vida futura”, acrescentou, sublinhando que o espaço é de capacidade ambulatória, mas também para doentes que estão internados.
Uma das tecnologias é a PC Eye, dirigida a pessoas com limitações motoras em que uma câmara permite o controlo de imagens no computador com o olhar.
Está também disponível no espaço a Grid 3, uma ferramenta que permite comunicar por símbolos e texto para doentes com limitações neuromotoras, cognitivas ou na fala.
Existe ainda a MagicContact, uma solução de comunicação aumentativa e alternativa para pessoas com dificuldades na fala e acesso a dispositivos móveis para pessoas com baixa motricidade.
O projeto resulta de uma parceria entre a ULS do Algarve e a Fundação Meo, sendo este o primeiro espaço de uma rede nacional, prevendo-se a abertura de mais três espaços semelhantes no país este ano, explicou Carolina Pita Negrão, presidente da Fundação.
A Fundação MEO fornece gratuitamente os equipamentos, que são depois operados por terapeutas ocupacionais e da fala em processos de reabilitação, permitindo não só a comunicação entre doentes e profissionais, como contribuindo para o seu progresso.
“Estas soluções tecnológicas são pequenos grandes exemplos de melhorias no processo de reabilitação dos doentes, quer motora, quer cognitiva, que permite a aceleração do progresso terapêutico do doente”, concluiu Tiago Botelho.
Lusa