Cultura

Historiadora transforma 50 anos de Abril em poesia

Historiadora transforma 50 anos de Abril em poesia
Historiadora transforma 50 anos de Abril em poesia  
Foto - Freepik
A historiadora Isalita Pereira que se assume como "secreta poeta", lançou a proposta ao Algarve Primeiro, de publicar alguns dos seus poemas alusivos à Revolução dos Cravos, ou não fossem os cravos plantados no Posto Agrário de Tavira, a marcar a História de Portugal. A proposta que já foi publicada acima de 30 jornais nacionais, pretende chegar à meia centena de publicações, a condizer com os anos de Abril. O objetivo passa por fazer um cravo com todas as publicações do jornais participantes e doar à Casa da Cidadania, em Castelo de Vide, terra de Salgueiro Maia. Isalita nasceu na Alemanha, filha de emigrantes portugueses, formou-se em História na Universidade de Frankfurt. Desde 2007 que reside em Portugal. A escrita sempre foi a sua grande paixão.

Poemas de Isalita Pereira:
 
Cravinho Encarnado conta dos Corajosos Corações:
 
O Cravinho de Tavira História escreveu.
Revolução dos Cravos nasceu.
Quando à sua Terra regressou.
Ao Algarve sua Aventura contou.
Comovido Palavras na Memória guardou.
Porém –
Ao Mundo a História revelou:
 
Corajoso Cravinho para Lisboa viajou.
Corajosos Corações encontrou:
 
O Encarnado Cravinho -
Escolheu corajoso Caminho.
Admirava os Heróis da História.
Por vezes – difícil a Vitória.
No fim do dia o pensar:
Histórico Saber guardar.
A Espingarda deixou.
Por Caneta e Papel trocou:
 
Corajosos Corações
 
Ó Corações Corajosos –
Lutam contra os Maldosos.
Rezam a Nossa Senhora:
Que cheguem e batalhem em Boa Hora.
Se não existissem -
Seu caminho não seguissem –
O que seria o Mundo?
Tristeza e desespero profundo.
Seu objetivo? – Justiça.
A Humanidade enfeitiça.
Os que não conseguem ser vencidos -
Por vezes em Vida esquecidos.
Silêncio e Humildade –
Ofereceram e oferecem Felicidade.
Suas Missões em nome da Vitória.
Para sempre – na Memória.
 
Da Histórica Recordação.
Contou ao Mundo com consideração.
 
Assim a Lenda do Corajoso Cravinho nasceu.
Que o Algarve ao Mundo ofereceu.
 
FIM
 
 
A Lenda do Cravinho Encarnado:
 
O Cravinho de Tavira História escreveu.
Revolução dos Cravos nasceu.
Quando à sua Terra regressou.
Ao Algarve sua Aventura contou.
Comovido a Recordação guardou.
Porém –
Ao Mundo a História revelou:
 
Corajoso Cravinho para Lisboa viajou.
Corajosos Capitães encontrou:
 
Pequeno Cravo encarnado a florir.
Para a Vida olhava a sorrir.
Porém, um dia à sua volta olhou:
"Somente no Jardim!", pensou.
Silencioso com confiança decidiu –
Humilde Prece para o Céu dirigiu:
 
"Deus Senhor,
Não sou branco, mas encarnado.
De Bondade seja meu Fado.
Para a Vida caminhar.
Meu Destino encontrar.
Bem – desejo oferecer.
Na Memória viver.
Amém"
 
Deus Senhor recebeu a Prece.
Divinas Palavras oferece.
A corajosa Flor admirou.
Para a História de Portugal aceitou:
 
"Meu pequeno Cravo Encarnado,
Para Bem estás guardado.
Para Lisboa vais viajar.
Teu Destino encontrar.
A um Soldado oferecido.
Jamais esquecido.
 
Tens um Bom Coração.
Vais ser a Flor da Recordação."
 
No dia 25 de Abril de 1974 aconteceu.
Seu Nome à Revolução do Cravo ofereceu.
A Prece se realizou.
Para sempre –
Na História ficou.
O pequeno Cravo encantado.
Portugal abençoado.
 
Da Histórica Recordação.
Contou ao Mundo com consideração.
 
Assim a Lenda do Corajoso Cravinho nasceu.
Que o Algarve ao Mundo ofereceu.
 
FIM
 
 
Cravinho Encarnado
Da Histórica Recordação.
Contou ao Mundo com consideração:
 
Na Capital de Portugal a Revolução aconteceu.
No Algarve o Cravo nasceu.
De Tavira para Lisboa.
Chegou a boa Hora.
A um Soldado oferecido.
Jamais esquecido.
Hoje conta ao Mundo –
Com humilde Orgulho profundo:
 
A Revolução de 1974 em Portugal –
Não existe outra igual.
Soldado o Cravo guardou.
A Espingarda enfeitou.
 
A Fotografia o Mundo percorreu.
Que a Poesia da História Lusitana ofereceu:
 
Capitães de Abril –
Coragem decidiu.
De Santarém –
Coluna Militar partiu.
 
Quando a Lisboa chegaram.
Para sempre –
O Destino do País mudaram.
A Ditadura enfrentaram.
Ordem de Fogo! – Não recuaram!
Chaimite e Fragata –
Ameaça não abstrata.
Do seu Fado conscientes:
"Dia da Decisão!", confiantes.
Lenço Branco a pleitear:
"Paz! – Não Guerra!"- A reivindicar.
Não à Rendição!
Avançar! – Revolução!
 
Quis o destino escolher.
Portugal Nova Era conhecer.
 
Capitães de Abril –
À Nação consagraram Vitória.
Para Portugal e o Mundo – escreveram História!
 
"Cavaleiros, Heróis e Guardiães –
Espingarda com Cravo,
para sempre Nossos Capitães."
 
25 de Abril de 1974,
Revolução dos Cravos"
 
FIM
 
 
Milagres do Destino –
Rosa e Cravo:
 
Se Monumentos conseguissem falar.
Muita História sabiam contar.
No Dia 25 de Abril –
Floriu a Esperança Primaveril.
 
Quantas Preces se rezaram?
No Silêncio de Divinos Monumentos entoaram:
 
Na Sé Catedral de Faro – Igreja de Santa Maria.
A Fé a Esperança guia.
Viver é Presente e Recordação.
 
O bater de um Coração.
Menina Algarvia a rezar:
Para Seu Noivo voltar.
 
Em Lisboa um Militar.
Na sua Noiva a pensar.
Na Revolução participava.
A Ditadura enfrentava.
No fim do Dia Vitória?
Ou triste História?
 
A Coragem decidiu não recuar.
A Liberdade conquistar.
 
Um Cravo Encarnado.
Amor e sofrimento seu Fado.
Flor de Deus baptizada.
À Resistência consagrada.
Um Ramo de Cravos no Altar.
Quis o Destino à Glória dar.
 
Flor da Revolução.
Sem saber bater do Coração.
Cravo na Espingarda a "contar":
A Paz conseguiu ganhar.
 
O Ponteiro do Relógio avançava.
Menina Algarvia para o Anel olhava.
No fim do dia a Mensagem:
 
"Capitães de Abril -
Ofereceram Histórica Viragem:
A Revolução dos Cravos ganhou.
Nova Era chegou."
 
Quando o Militar voltou.
Anel de Noivado em Aliança se transformou.
Rosa e Cravo –
Prece de Agradecimento a Deus escreveram.
Para sempre ao Destino agradeceram.
 
Em Lisboa –
Um Ramo de Cravos História escreveu.
No Algarve –
Um Ramo de Cravos Aliança ofereceu.
 
Milagres acontecem.
Quando Fé e Esperança –
Na Escuridão transparecem.
 
Algarve -
És na Europa uma Pérola a brilhar.
Ilustre História para contar.
Como a Estrela de Natal –
Faróis a iluminar.
Para Porto Seguro se chegar.
Para o Passado olhar –
Mouros e Ditadura conseguiu enfrentar.
Como outrora a Coragem para a Navegação.
Não se rendeu –
Caminhou para Glória da Revolução.
 
Um Cravo encarnado.
Conta seu Fado:
 
"Capitães de Abril –
À Nação consagraram Vitória.
Para Portugal e o Mundo – escreveram História!
 
Cavaleiros, Heróis e Guardiães –
Espingarda com Cravo,
para sempre Nossos Capitães.
 
25 de Abril de 1974,
Revolução dos Cravos
 
Ofereceu a Mensagem:
"Jamais desistir!" –
Caminhar com Coragem.
 
Quem a Árvore de Natal com o Cravo enfeitar.
No Silêncio a Recordação a contar:
Na Sagrada Noite uma Melodia –
Soam Palavras de Paz e Harmonia:
"Jamais do Bem Desistir!"-
Mensagem como do Santo Gral.
É a História do Cravo de Portugal.
 
FIM