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Hábitos diários que nos tornam infelizes

Hábitos diários que nos tornam infelizes
Hábitos diários que nos tornam infelizes  
Foto Freepik
Sem nos darmos conta, a infelicidade reside dentro de nós e somos nós quem a produzimos e alimentamos.

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As escolhas que fazemos, as pessoas com quem nos relacionamos são da nossa inteira responsabilidade e, efetivamente podem ser uma grande fonte de desgaste e sofrimento. Contudo, se não nos responsabilizarmos pelos nossos atos, pelas nossas decisões, atitudes e comportamentos, acumularemos problemas, relações conflituosas e tóxicas, seremos infelizes e nada faremos para melhorar a nossa condição e qualidade de vida.

Segundo os entendidos na área do comportamento humano, «transformar-nos em vítimas não nos permitirá aprender sobre as experiências passadas para poder enfrentar a vida». Quer isto dizer que, quando algo de menos positivo nos acontece, temos sempre duas opções: enfrentar, assumir as falhas e os erros ou culpabilizar alguém pelo ocorrido, alimentar a ilusão de que somos sempre mártires, que a vida não nos corre bem e que não temos nada a ver com isso porque a culpa é sempre “de alguém”.

Um problema no trabalho “é culpa do chefe que é mau e que não gosta de mim, um conflito familiar é culpa do outro que me quer apanhar o fraco, uma tensão num grupo acontece porque sou novo na coletividade e não me aceitam”. Estas são algumas desculpas a que se podem juntar imensas, de pessoas que não olham para si mesmas e não admitem que fazem escolhas erradas, que não se transformam e que alimentam a ilusão de que são um “saco de apanhar “porque nada fazem de mal para colherem maus resultados. Mas a ciência vai mais longe e refere que, esse é o principal hábito tóxico que criamos desde cedo e que prolongamos pela vida fora até ao dia em que temos de crescer e de enfrentar a realidade, porque existem pessoas que já não nos aceitam nessa posição de vítimas e temos mesmo de mudar o formato, sublinham.

Quem deseja ser mais feliz, tem de encontrar um equilíbrio entre a maturidade, a capacidade de pensar, analisar e saber que as suas decisões são da sua inteira responsabilidade, pois a inércia de passar as culpas para os outros é tóxica e conduz-nos ao mau humor, à angústia, à raiva permanente, à tristeza e a estados muito negativos que nos levam a perder o direito à liberdade, à qualidade de vida e bem-estar, analisam os especialistas.

A par da vitimização, existem outros hábitos recorrentes que utilizamos no dia a dia e que nos prejudicam, pelo que vale a pena transformá-los em algo mais livre, aberto e positivo.

Confira se alimenta estes hábitos tóxicos que o impedem de ser feliz:

1- Desvalorizar o que temos e só desejar o que os outros possuem é também um hábito recorrente, que se aplica de forma disfarçada, mas que não nos conduz à felicidade. Devemos ambicionar aquilo que conseguimos, definir objetivos realistas, valorizar as nossas conquistas, admitir que, o que os outros possuem não é necessariamente o que nos falta ou que nos fará mais felizes, mas sim, a capacidade de analisar o que temos e de lutar pelo que podemos alcançar a partir da nossa própria realidade e capacidades, recomendam os especialistas.

2. Estagnação emocional leva a que nem avancemos para melhorar o que sentimos, nem voltemos atrás para tentar entender o que se passou para poder evoluir. Permanecer na zona de conforto é alimentar a tristeza, com falta de ambição, de entusiasmo, de determinação, ausência de força de vontade, de coragem e que rejeitemos a necessidade de aprender mais para sentir que estamos vivos e a crescer interiormente. Alterar esta postura de desânimo permite que vejamos a realidade em diferentes perspetivas e que encontremos respostas para os nossos problemas, ao mesmo tempo em que vemos os erros como uma aprendizagem e um desafio para saber mais.

3. Viver em piloto automático impede-nos de estar no presente, de apreciar a vida, as experiências, as pessoas e as situações e, naturalmente a tomarmos decisões erradas e descontextualizadas.

4. Procurar a provação dos outros não nos ajuda a que sejamos nós mesmos, que valorizemos o que somos e o que temos, o que nos conduz à revolta e à insatisfação permanentes. Ao mesmo tempo, nunca conseguimos ser nós próprios, andamos sempre à procura do elogio, do conselho, do apoio e passamos pela vida sem prazer e até irritados com os outros que nos prendem quando somos nós que nos acorrentamos a eles.

5. Má alimentação, sono de pouca qualidade e falta de exercício físico também são hábitos diários negativos que nos conduzem à infelicidade porque só estamos bem em equilíbrio e este depende do que fazemos por nós todos os dias. Alimentar-nos bem melhora a saúde em geral e o humor, tal como praticar exercício físico faz bem ao corpo e à mente, mas insistimos que “come-se qualquer coisa”, de forma desregrada e excessiva, nem sempre saudável do ponto de vista nutricional, que podemos deitar-nos tarde porque o sono é tempo perdido e, também muito comum, que não fazemos exercício físico porque não temos tempo, mas lamentamos a vida, a má sorte e a angústia em que vivemos… Não valeria a pena mudar estes hábitos tóxicos?

6. Fugir da realidade e fazer-se de vítima são hábitos tóxicos enraizados em muitas pessoas e que lhes limitam a qualidade de vida e o bem-estar. Na posição dos psicólogos, «fazer-se de vítima é um recurso para conseguir atenção, entre outros privilégios. No entanto, este costume tem implícitas muitas outras práticas que fazem com que mergulhemos numa realidade bastante adversa.

Fazer-nos de vítimas faz com que nos mantenhamos presos a todas as emoções negativas que teríamos que tentar soltar. No entanto, precisamos delas para causar pena e não nos sentirmos responsáveis pelo que está a acontecer connosco. Fechar os olhos, abraçar a negatividade, fará com que alimentemos raiva e ressentimentos.

Negar a realidade: também não nos leva a um porto seguro onde exista bem-estar e felicidade, já que, fechar a porta e tentar esquecer não faz com que as coisas deixem de estar lá e de aumentarem de proporção e, mais cedo ou mais tarde, iremos sofrer com isso, mesmo que não queiramos. As pessoas que negam a realidade vitimizam-se e estas negam a realidade num círculo vicioso de fugas e de manipulações daqueles que os rodeiam, mas nada disso evita que nos magoemos ainda mais com o que fazemos a nós mesmos e aos demais, alertam os psicólogos.

Para começar já hoje a minimizar o impacto destes e de outros hábitos tóxicos, analise-se cuidadosa e friamente, veja até que ponto está a fugir de si mesmo e da vida, critique-se o suficiente para não gostar do que faz e do que sente e faça um plano concreto de mudança. Se precisar de ajuda, consulte um profissional de saúde mental, mas tente primeiro sozinho, pois se não identificar o que faz e o que precisa de alterar para sentir-se melhor, será muito mais complexa a tarefa de ser apoiado, pois a iniciativa tem sempre que ser sua e da sua responsabilidade.

Verá que, ao tomar consciência do que está a fazer consigo mesmo, será mais fácil decidir o que não gosta, que não lhe faz bem e que é preciso mudar. Reserve um tempo diário para estar só consigo mesmo, defina um plano de exercícios para implementar diariamente, alimente-se e durma bem e analise-se, reflita acerca das suas ações, propósito, aspirações e a pessoa que gostaria de ser e que ainda não conseguiu ser. A partir daí, já tem um rumo, siga-o rigorosamente, mas perdoe-se quando se for abaixo, tiver medo e ponderar recuar um pouco. Tente novamente as vezes que forem necessárias, mas não desista de si mesmo, aconselham os especialistas.