Em conjunto com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e com o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, foram reveladas as conclusões do grupo de trabalho criado pelo Governo para delinear a estratégia, composto pelos presidentes do Grupo Águas de Portugal, da Agência Portuguesa do Ambiente e da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, bem como pelo diretor-geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Comunicado do ministério do Ambiente e Energia, avança que a estratégia teve como ponto de partida um diagnóstico à situação hídrica a nível nacional, bem como as previsões de consumos e disponibilidades futuras. Portugal tem disponíveis perto de 51 000 milhões de metros cúbicos (m3) por ano de água, dos quais são captados anualmente 4 324 milhões de m3.
Até 2040, está prevista uma quebra de 6% nas disponibilidades hídricas, acompanhada de um aumento de 26% nos consumos.
Segundo o comunicado, a estratégia, assente nos eixos da eficiência, resiliência e inteligência na gestão da água, contempla perto de 300 medidas, a desenvolver ao longo dos próximos 15 anos, com potencial para acrescentar mais de 1 000 milhões de m3 de água disponível para todos os usos do território nacional.
As medidas de eficiência dizem respeito a intervenções como a poupança de água, a redução de perdas nas redes de abastecimento e de rega, a reabilitação de reservatórios e o aproveitamento de águas residuais tratadas.
Ao nível da resiliência são contempladas todas as medidas de adaptação aos efeitos das alterações climáticas, nomeadamente a prevenção de cheias e secas, o reforço da capacidade de armazenamento, a segurança no abastecimento às populações, à agricultura e aos restantes setores económicos, o restauro de rios e ecossistemas, a criação de reservas estratégicas de água, a interligação de sistemas.
A estratégia divide-se em nove grandes planos: um programa nacional para a redução de perdas de água; o programa para a reutilização de água residual tratada; o programa para a inovação e digitalização do ciclo da água; o plano para a reabilitação e o restauro de rios e ribeiras; o programa para o reforço do armazenamento de água; o programa para a eficiência dos empreendimentos hidroagrícolas; o programa para gerir o abastecimento ao polo industrial de Sines; e o programa para a resiliência hídrica do Alentejo.
Entre as ações a realizar estão desde a construção de novas barragens, interligação, charcas e reservatórios de água, à reabilitação e modernização das redes, visando combater as perdas de água.
O Governo confirma ainda que estão previstas ações visando promover a resiliência hídrica nas regiões do país mais afetadas pela seca e escassez, tais como o Algarve e o Alentejo Litoral.