Economia

Golfe representa 4,2 mil milhões de euros em Portugal. Algarve corresponde a 60%

 
O Algarve continua a ser a principal região para a prática do golfe, com um peso superior a 60% no impacto económico em Portugal.

Tendo por base um estudo sobre o impacto económico do golfe em Portugal, em 2023, a modalidade ascendeu a 4,2 mil milhões de euros, cerca de 1,6% do PIB nacional. De forma direta, contribuiu com 120 milhões de euros para o PIB nacional. A maior parte do valor gerado pelo setor resultou de campos localizados na região do Algarve, com 100 milhões de euros, refletindo a distribuição territorial dos campos e das voltas.
 
Destaca o trabalho que,  no mesmo ano, as exportações diretas do setor ascenderam a 149 milhões de euros. Associado a este impacto, o setor contribuiu para a criação de mais de 110 mil empregos, correspondendo a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações.
 
O volume de negócios gerado pelos campos de golfe, em Portugal, supera o observado em período pré-pandemia, ou seja 2019, em mais de 40%.
 
Estes são os resultados do Estudo Impacto Económico do Golfe em Portugal, promovido pela Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e pela Confederação de Turismo de Portugal (CTP), desenvolvido pela Ernst & Young Parthenon, que pretende analisar a evolução do Golfe em Portugal de 2019 a 2023 e estimar o seu impacto económico no mesmo período.
 
O Algarve distingue-se claramente no panorama nacional como a principal região para a prática do golfe, com um forte posicionamento no mercado internacional, que lhe permite captar 62% das voltas em Portugal, maioritariamente de praticantes estrangeiros, em particular britânicos (cerca de 46% das voltas na região). Seguem-se os praticantes de origem sueca (8%), os portugueses e os alemães (ambos com 7%) e, em quinto lugar praticantes oriundos dos Países Baixos (3,5%).
 
O Norte acolheu cerca de 7% do número de voltas totais em 2023 e, nesta região, a maioria dos praticantes são portugueses – 81% das voltas. Os sócios dos campos e dos clubes superaram largamente os não sócios (77%) e o contributo direto económico da região Norte atingiu 1,7 milhões de euros, ou seja, 1,4% do total de 120 milhões de euros do impacto do setor no PIB Nacional.
 
Os praticantes de golfe portugueses e britânicos concentram mais de metade das voltas no Centro, que regista uma das mais elevadas taxas de crescimento pós pandemia. A região registou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 5,2 milhões de euros e recebeu cerca de 9% do número de voltas totais em 2023, das quais 29% de praticantes portugueses e 25% de visitantes britânicos.
 
Representando cerca de 15% das voltas em Portugal, a Área Metropolitana de Lisboa atrai uma maioria de praticantes nacionais (64% em 2023). A região do Alentejo tem um peso reduzido no total de voltas em Portugal, com apenas 2%, onde a prática é dominada por golfistas portugueses.
 
A Região Autónoma dos Açores, embora represente apenas 1% do número de voltas totais em Portugal, foi das regiões que mais cresceu. O mercado do golfe nos Açores é essencialmente constituído por praticantes portugueses (85%). A Região Autónoma da Madeira, embora represente apenas 3% das voltas registadas em Portugal, distingue-se de outras regiões pelo perfil do praticante. 35% são de origem dinamarquesa e 25% são portugueses.
 
O valor económico do setor é acompanhado pelo contributo para a redução da sazonalidade da procura turística em Portugal. Pela elevada procura de golfistas estrangeiros, em meses fora da época alta do turismo (junho a setembro), o golfe tem servido de mecanismo estabilizador da atividade nos setores de alojamento e restauração, entre outros. Os períodos de maior intensidade de praticantes de golfe ocorrem entre março e maio e entre setembro e novembro, contribuindo desta forma para a redução da sazonalidade turística em época alta, destaca o estudo.
 
O Reino Unido é o maior mercado emissor de turistas de golfe para Portugal e os Estados Unidos surgem, pela primeira vez, no top dez dos mercados emissores para a prática de golfe no nosso país.