A conferência organizada pela Associação Limpeza Urbana (ALU) com o apoio do município de Lagos juntou autarcas, entidades regionais e nacionais e público no Auditório Paços do Concelho Séc. XXI para debater a problemática das algas invasoras.
Segundo nota da autarquia de Lagos, «a mensagem foi clara: mais cooperação entre autarquias, maior envolvimento da comunidade científica, valorização económica das algas recolhidas e necessidade de criação de um fundo de apoio do governo central para os municípios afetados».
A espécie Rugulopterix okamurae é originária da costa asiática e, segundo a autarquia, tem envolvido gastos significativos na sua remoção, dada a sua presença sobretudo no Barlavento algarvio.
A sessão contou com várias perspetivas onde se traçou um diagnóstico, propostas e planos de ação, contando com intervenções de especialistas da área científica, empresas ligadas à intervenção e remoção das algas invasoras nos areais ou no mar e a perspetiva espanhola no tratamento do problema.
Luís Bandarra, vereador com o pelouro do Ambiente, revelou que, no espaço de quatro anos, a autarquia de Lagos já gastou cerca de 348 mil euros para a remoção das macroalgas das praias do concelho, encargos inesperados que obrigam a constantes revisões orçamentais e a um preocupante impacto económico ao nível turístico, embora as seis mil toneladas já recolhidas tenham sido entregues a agricultores nas áreas do Vale da Lama e Sargaçal com vista ao desenvolvimento da produção local.
A sessão terminou com uma mesa redonda moderada pelo jornalista David Carvalho, onde participaram Luís Bandarra, Mário Guerreiro (vereador da Câmara Municipal de Lagoa) e Demétrio Henriques (Diretor Operacional da Cascais Ambiente), debatendo-se a forma como cada município está a enfrentar a frequência e o impacto desta “invasão”, assim como propostas de soluções a curto, médio e longo prazo, mantendo sempre presente a premissa de que é possível tornar este problema numa oportunidade.